AS ORIGENS DO ROCK AND ROLL
Crônica da Era do Rock, por Rodrigo Leste
São muitas as versões sobre o surgimento do estilo que ficou mundialmente conhecido como rock and roll. Estudiosos, críticos, fãs, levantam várias hipóteses sobre o que determinou a criação desse gênero musical. Seguindo a bússola do meu achômetro, aposto na confluência de influências que foram jogadas na panela do diabo, como diria Raulzito, e dessa sopa ou feijoada, saiu o estilo que contagia gerações. Dos campos de algodão do Mississipi vem o blues, que é um dos ingredientes básicos da receita, com Robert Johnson, seu maior expoente, e seus asseclas. Do Arkansas, Sister Rosetta Tharpe, pioneira no uso da guitarra elétrica. Junte-se a liberdade de expressão do jazz, os inevitáveis Little Richards, Bo Didley, Jerry Lee Lewis, Bill Haley e, claro, não dá pra esquecer, Chuck Berry —e por que não?, James Brown.
Porém, é preciso grifar que a popularização do rock passou muito pela apropriação do estilo por um branco, bonitão e sexy que atende pelo nome de Elvis Presley. Presley inseriu o rock no mundo branco, invadiu as casas da classe média que torcia o nariz pra aquela música diabólica feita pelos crioulos pra sacanaear com o american way of life. OK, Jerry Lee Lewis e Bill Haley também eram brancos, mas o sex appeal de Elvis foi a ponta de lança para a popularização e glamourização do rock. Então todo mundo podia deixar o jeito quadrado de ser, dos muitos anos de dominação religiosa careta, repressora, pra trás e botar pra quebrar, remexer os quadris, soltar a trava. Talvez a Revolução Sexual tenha começado aí: shake, baby!
E o som se propaga mundo afora. Alcança o Reino Unido com força, quase fazendo com que o rock seja tão inglês quanto americano. Os Stones, por exemplo, foram dos que mais beberam na fonte do blues. Muddy Waters e outras bambas de Chicago como John Lee Hooker, Sonny Boy Williamson e Junior Wells, serviram de base, forro, para que o estilo marcante da banda fosse sendo construído. Beatles, The Who, Led Zeppelin, Black Sabbath, Queen e muitos outros como o impagável irlandês, Rory Gallagher, fizeram um upgrade na música e criaram muitas vertentes que avançam em todas as direções.
Mais do que um gênero musical, o rock torna-se um estilo de vida(o Festival de Woodstock em 1968 foi o ponto alto do sonho de Paz e Amor). Quem curte o rock and roll abraça a causa da liberdade, da porraloucura, rompe com a caretice conservadora, vitoriana, e encara a vida como um filme de aventura. Então vamos lá: sexo, drogas e rock and roll!
Ao longo dos anos surgiram muitas derivações do rock de raiz: surf music, rockabilly, rock progressivo, sinfônico, folk, psicodélico, new wave, garage, glam, grunge, indie, latino, punk, metal, heavy metal, rock revolucionário. Tentaram até desvirtuar o estilo nas versões da disco music, do eletrônico e do techno. Mas o verdadeiro rock and roll não se rendeu, continua fiel a sua levada básica, simples, rude e eficiente.
— Shake, baby!
Revisão: @HilarioRodrigues
Colaboração midiática: @Rodrigo_Chaves_de_Freitas
Para conhecer mais sobre a história do Rock’Roll, acesse:
https://www.caleidoscopio.art.br/category/cultural/cultural-musica/rock-roll/
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