Blues | Biografias Essenciais | Big Bill Broonzy
Texto: Hamiltom Coragem
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Big Bill Broonzy
Nasc.: 26/6/1893. Falec.: 15/8/1958
A data correta de nascimento de William Lee Conley Broonzy, ou Big Bill Broonzy, não é conhecida. Costuma-se tomar como 26 de junho de 1893 na cidade de Scott, Mississipi, mas há documentos que atestam como sendo cinco anos mais tarde.
Com 17 irmãos, Big Bill era filho de ex-escravos das plantações de algodão.
Com o estabelecimento de sua família no Arkansas e sob influência de seu tio Jerry Becher, músico de Stonewall Jackson, Big Bill começou sua trajetória musical com o violino, tocando clássicos como “Oh Susana” e “Midnight Special”.
Aproximadamente aos dez anos conheceu C.C. Rider, um violinista que acompanhava Fast Black e como consequência apaixonou-se pelo instrumento.
Construiu então seu primeiro instrumento de cordas artesanalmente.
Decisão certa
Tocou em festas e igrejas, chegando a ser pregador. Foi à Europa durante a Primeira Guerra lutar ao lado dos aliados.
Depois de seu retorno em 1919, continuou atuando em clubes até que o seu pai cobrou-lhe uma decisão: a música ou a igreja.
A escolha revolucionou a história do blues e partiu em 1920 em direção a Chicago, onde “Papa” Charlie Jackson ensinou-lhe a tocar violão e conseguiu um contrato com a Paramount.
As gravações persistiram e Big Bill já começava a conquistar o trono do Blues de Chigaco, até então pertencente a Tampa Red.
Foi em 1938 que veio a grande chance de estourar. John Hammond buscava músicos para o show Spirituals To Sing, que aconteceria no Carnigie Hall. Precisava de músicos genuínos de country-blues.
A primeira opção havia sido Robert Johnson, mas a notícia de sua morte impediu o convite. Blind Boy Fuller estava preso.
Hammond esqueceu-se de Leadbelly e acabou por convidar Broonzy, que neste momento já começava a flertar com o blues elétrico.
Padrinho do blues elétrico
O show no Carnegie Hall abriu uma nova faixa de mercado para Big Bill. Gravava para a Chess e Mercury atendendo o público negro e para a MGM e Verve, para os brancos.
Fez vários shows na Europa depois de 1951 sendo o primeiro bluesman a tocar na Espanha em 1953. Foi no velho continente que foi escrita sua autobiografia Big Bill Blues (a primeira de um bluesman), pelo belga Yannick Bruynoghe e também um documentário em 55 e 56 respectivamente.
Em 1957 gravou seu último disco, mesmo ano que perdeste sua mãe, com 102 anos. Sua saúde, fragilizada por um câncer de garganta não resistiu, e às 5:30 da manhã, de 15 de agosto de 1958 veio a óbito.
Big faleceu dentro de uma ambulância, rumo ao Hospital Billings de Chicago. Seus restos mortais encontram-se em Lincoln of Worth, no estado de Illinois.
Recebeu vários prêmios póstumos, como o de melhor vocalista da revista alemã Jazz Podium, além de melhor artista de blues tradicional em 1968 pela Acadêmia de Jazz Francesa.
Muddy Waters, seus sucessos no trono de rei do blues de Chicago, homenageou Big Bill com o álbum Muddy Waters Sings Big Bill Broonzy.
Broonzy foi responsável pela adaptação das técnicas de violino para violão, bem como pela composição de aproximadamente 350 temas, sendo que gravou 260 músicas, das quais 100 foram de sua autoria.
Sem grandes sucessos, talvez as sua músicas mais populares sejam Key To The Highway e Diggin’ My Potatoes, revisitada por vários nomes do blues. Podemos sem sombra de dúvida conceder-lhe o título de padrinho do blues elétrico.
DISCOGRAFIA ESSENCIAL
The Young Big Bill The Young Big Bill The Young Big Bill Broonzy
Do the Guitar Ragn
Big Bill Broonzy Sings Folk Blues