Blues | Biografias Essenciais | B.B. King
Texto: Hamiltom Coragem
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B.B. King
Riley B. King, filho de Albert King (não do famoso bluesman) e de Ella King, nasceu em 16 de setembro de 1925, na pequena cidade de Itta Benna no estado do Mississippi. Itta Benna era distante de tudo, a não ser de cidadezinhas como Inverness, onde Howlin’ Wolf nasceu, ou Rolling Fork, terra de Muddy Waters ou de Richland, onde Elmore James nasceu.
É importante que o conceito de perto de hoje não pode ser aplicado ao Mississippi rural das décadas de 30 e 40, quando o fato de possuir uma mula já era um enorme privilégio. Aos quatro anos, os pais de B.B. se separaram e ele cresceu sob os cuidados de seus avós maternos na pequena Kilmichael, no mesmo estado do Mississippi.
Início de carreira
Sua mãe faleceu quando King tinha somente nove anos. A primeira guitarra veio então cinco anos mais tarde, e nesta mesma época, ele começou a cantar em corais gospeis.
Em 1940. B.B. mudou-se para junto da nova família de seu pai em Lexington, Mississippi permanecendo por lá até 1942, quando retornou à Kilmichael e subsequentemente para Indianola.
Ao servir o exército, teve a possibilidade de cantar o Blues pela primeira vez e de se realizar. Após o exército, King trabalhou na fazenda dos Barret, perto de Indianola, mas em 1946 partiu na esperança de uma vida melhor em Memphis. Este é o ano que o próprio King define como o do início de sua carreira.
Em Memphis, B.B. King entrou em contato com seu primo, o bluesman Bukka White, que lhe ensinou a técnica do “bottleneck”, mas sem o “slide.”
“Eu tentava tocar o slide como ele, mas nunca consegui. Comecei então a fazer a mão vibrar e com o auxílio de um amplificador, podia manter a nota.” conta Mr. King.
Depois de dez meses em Memphis, B.B. retornou para Indianola onde permaneceu até 1946. As tentações da cidade grande havia seduzido o jovem bluesman, que com algum dinheiro no bolso, correu em direção a Beale Street de Memphis em 1948.
Em um concurso no Palace Theatre conheceu os The Beale Streeters, que reunia Bobby Bland, Rosco Gordon, John Alexander, Little Junior Parker, com que B.B. pode tocar algumas vezes.
Fatos marcantes
O ano de 1949 foi marcado por dois importantes fatos na vida de Mr. King.
Quando tocava na cidade de Twist, no Arkansas, dois homens iniciaram um briga, derrubando um lampião de querosene e provocando então um enorme incêndio.
King lembrou-se que havia esquecido sua guitarra Gibson EE 335 dentro do prédio e voltou para salvá-la. Mais tarde ele ficou sabendo que a briga fora motivada por uma mulher chamada Lucille.
Para nunca mais se esquecer do fato, King batizou sua Gibson com o nome daquela mulher que quase levou-o a morte.
O segundo fato importante foi a oportunidade dada por Sonny Boy Williamson II (Rice Miller) de cantar em seu programa de rádio na WDIA.
O sucesso foi imediato e B.B. tornou-se o garoto propaganda de um tônico milagroso chamado Pep-ti-kon, que prometia curar todo tipo de doença.
King anunciava no seu programa de dez minutos: “Tome Pep-ti-kon”. Mal sabia ele que o tônico era composto quase exclusivamente de álcool.
Na rádio, passou a ser conhecido como “The Blues Boy from Beale Street, Bee Bee King”, Blues Boy King e finalmente B.B. King.
Depois de anos de estrada, King continua a levar o blues para todas as pessoas: jovens, velhos, brancos ou negros ao redor de todo o planeta.
Trata-se do mais famoso bluesman de todos os tempos. O que tem a carreira mais longa, maior número de álbuns gravados etc…
Em 1987, recebeu o Grammy Lifetime Achievement Award pelo conjunto de sua obra. Por cinco décadas, pessoas vem chorando, gritando e cantando com B.B. King, que ainda costuma realizar mais de 200 shows por ano e já esteve em mais de 80 países, incluindo o Brasil.
B.B. King será para sempre o Rei do Blues.
DISCOGRAFIA ESSENCIAL
Live At The Regal
Live & Well
Lucille
Completely Well
Indianola Mississipi Seeds
Live In The Cook County Jail
Guess Who
Midnight Believer
To Know You Is To Love You
There Must Be A Better World In Somewhere
Blues ‘n’ Jazz
Live At San Quentin
Live At The Apollo
Blues On The Bayou
Riding with The King