Um Templo para o Teatro
Teatro Grego Parte I

Um Templo para o Teatro

História do Teatro | Um Templo para o Teatro

Texto: Cristina Tolentino
cristolenttino@gmail.com

 

Um Templo para o Teatro

Sempre ao lado dos templos de Dioniso, a estrutura espacial do teatro grego, limita-se à orchéstra, circunferência de terra batida situada nas imediações de um terreno em declive, onde permaneciam os espectadores, e que depois viria a transformar-se no Kóilon, ou arquibancada.

Foi na época de Ésquilo que surgiu a Skené, a princípio uma cabana de madeira onde os atores se preparavam. Em fase posterior, passou a ser construída de pedra e alvenaria, funcionando a sua parede de fundo como cenário, atrás do proskénion.

Este tinha a sua frente decorada com pirales, possivelmente pintados e denominados pínakes.

Teatro de Dionísio

Teatro de Epidauro

O hemiciclo (théatron) de Atenas acolhia cerca de catorze mil espectadores; era provavelmente reconstituído todas as Primaveras, com a ajuda de andaimes provisórios.

No recinto sagrado de Dioniso nenhuma dessas construções sobreviveu. Somente no séc. IV, no reinado de Liturgo (cerca de 330 a.C.), foi construído um teatro permanente.

Durante os séc; III e II, em plena época da decadência, é que foram construídos proscênios de pedra. Ésquilo, Sófocles e Aristófanes viram as suas obras representadas no teatro de madeira de Dioniso, constituindo a orquestra o único elemento permanente no teatro.

A orquestra e o proscênio formavam os únicos planos de representação. Não coincidiu, pois, com o período áureo da tragédia a melhor fase do edifício teatral, só atingida no período helenístico.

O desenvolvimento implicou na redução da área da orquestra, outrora circular e depois correspondente a dois terços de um círculo, na ampliação do Kóilon, já então de pedra, e numa elaborada da Skené.

Segundo Vitrúvio (sec.I a.C.) e Poleux (séc. II a.C.), o edifício teatral da Grécia, em sua forma mais evoluída, constava dos seguintes elementos básicos:

  1. Kóilon, arquibancada concêntrica para os espectadores.
  2. Orchestra, com a thyméle no centro, sede do coro, onde alguns autores acreditam que es- tiveram também os intérpretes, por todo o período clássico.
  3. Parodoi, as duas entradas laterais entre o proskénion e o kóilon.
  4. Proskenion, o conjunto do palco sobre colunas e em plataformas, esta chamada logeion. Skene, edifício de pedra, com o que hoje corresponde aos camarins.
  5. Cenoteca, pórtico no fundo exterior da skené, para abrigo do público e depósito de mecanismos e materiais cênicos.

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