Teatro Grego Introdução
Teatro Grego Parte I

Teatro Grego Introdução

História do Teatro | Teatro Grego – Introdução

Texto: Cristina Tolentino
cristolenttino@gmail.com

 

Nasce o Teatro Grego

“A arte como a redenção do que conhece – daquele que vê o caráter terrível e problemático da existência, que quer vê-la, do conhecedor trágico. A arte como a redenção do que age – daquele que não somente vê o caráter terrível e problemático da existência, mas o vive, quer vivê-la, do guerreiro trágico, do herói. A arte como a redenção do que sofre – como via de acesso a estados onde o sofrimento é transfigurado, divinizado, onde o sofrimento é uma forma de grande delicia.”

(Nietzsche)

 

Teatro de Dionísio

Teatro de Dioniso, em Atenas, onde (como Epidamo) se representavam as comédias antigas.

É na Grécia, que o teatro e o drama, assumem a sua feição definitiva. Das suas raízes religiosas, advindas do culto a Dioniso, nasce o TEATRO GREGO.

Esse culto agrário chegou à Grécia através da Trácia e da Frigia e lá se associou à vindima e ao ciclo das estações do ano; ou se implantou em Atenas e na sua região, sobre resquícios de antigo culto da mesma natureza, comum a todo o Mediterrâneo Oriental, assim se explicando os ARQUÉTIPOS que facilitaram a rápida aceitação de Dioniso, deus estrangeiro.

Num primeiro estágio a principal solenidade consistia na caça de um animal selvagem, que representava o deus, sacrificado em seguida. Uma cerimônia acompanhada de libações, danças e música, já contendo o germe da representação dramática.

Fundamentadas neste culto, instituíram-se as Pequenas e Grandes Dionisíacas, festas em honra ao deus Dioniso, que passaram a ser celebradas cada vez mais freqüentemente: na vindima, no preparo do vinho e para prantear Dioniso, morto todos os anos com o vinhedo.

Nestas cerimônias, entoava-se o “ditirambo”, hino de louvor ao deus, que tomou o nome de tragoidia (canto do bode), quando acompanhado do sacrifício de um animal, sendo o bode o animal sagrado de Dioniso.

Essa cerimônia era realizada ao redor do altar de sacrifício, a thyméle. O coro e o ditirambo traziam em si elementos essenciais à arte teatral: dança, canto, mímica.

Orgia Báquica

Orgia Báquica

Até o século VI, o ditirambo que era praticamente o único acompanhamento destas cerimônias, reunia os elementos dispersos da poesia épica primitiva, enquanto a epopeia dos conquistadores gregos, representada pela Ilíada e pela Odisséia (séc. IX), proporcionou ao gênio grego e ao seu teatro o seu grande repertório de mitos e lendas.

Desde a mais remota antiguidade, poetas populares, os rapsodos, percorriam a Grécia recitando os cantos épicos e participando dos concursos públicos.

Perde a tragédia a relação aparente com as suas origens, uma vez abandonados os temas dionisíacos do ditirambo.

E das que sobreviveram até os nossos dias, só uma retomou a mitologia da divindade matriz – As Bacantes, de Eurípedes.

Ainda assim, o teatro trágico grego conservou por muito tempo traços do seu início. Foi hábito construir no centro do conjunto teatral, no coração da orchéstra, a thyméle simbólica que trazia à memória o altar-berço da tragédia; o coro permaneceu como uma reminiscência do ditirambo, a indumentária dos atores nunca perdeu o seu sentido hierático; e a ocasião do espetáculo trágico foi sempre a festa religiosa de Dioniso.

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