Ópera “A Flauta Mágica”
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Ópera “A Flauta Mágica”

O brilhantismo de Wolfgang Amadeus Mozart dá o tom da próxima montagem operística da Fundação Clóvis Salgado (FCS), A Flauta Mágica. Com concepção inédita sob direção da atriz, cineasta, roteirista e produtora cultural Carla Camurati, e regência do maestro titular da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais (OSMG), Silvio Viegas, a ópera será encenada em Belo Horizonte,  em 22/09 (quinta-feira), às 20h, no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes, seguindo em cartaz no dia 24/09 (sábado), às 20h, e 25/09 (domingo), às 18h. Os ingressos custam R$60 (inteira) e R$30 (meia-entrada) e podem ser adquiridos no site da Eventim ou presencialmente, na bilheteria do Palácio das Artes. A classificação da apresentação é livre.

Integram o elenco, ao lado da Orquestra Sinfônica, do Coral Lírico de Minas Gerais e do Grupo de Dança do Centro de Formação Artística e Tecnológica – Cefart, o baixo Sávio Sperandio (Sarastro), a soprano Daiana Melo (Rainha da Noite), o tenor Aníbal Mancini (Tamino), a soprano Camila Titinger (Pamina), a soprano Melina Peixoto (Papagena), o baixo-barítono Fellipe Oliveira (Papageno), a soprano Sylvia Klein (Dama), a soprano Fabíola Protzner (Dama), a mezzosoprano Aline Lobão (Dama), o tenor Geilson Santos (Monostatos), o tenor Lucas Damasceno (Sacerdote), o baixo Pedro Vianna (Sacerdote), e as cantoras Alicia Maciel (Gênio), Marcela Alves Bento (Gênio) e Bela Amy (Gênio) Camile Monteiro (Gênio). O baixo Stephen Bronk faz participação especial como o  Orador. O responsável pela criação do cenário é Renato Theobaldo, que leva para o teatro toda a imponência de uma floresta lúdica e encantadora. A iluminação é de Fábio Retti, e os figurinos são assinados por Sayonara Lopes.

A Flauta Mágica: ópera atemporal – Excêntrica e banhada por uma narrativa mística construída a partir do libreto de Emanuel Schikaneder, A Flauta Mágica é considerada uma das obras primas de Mozart. Com estreia em Viena (1791) no Teatro auf der Wieden, a montagem segue prestigiosa mais de duzentos anos após sua primeira apresentação. A ópera acompanha a trajetória do príncipe Tamino, que com o auxílio de sua flauta mágica, enfrenta desafios na tentativa de salvar a princesa Pamina, filha da Rainha da Noite, mantida prisioneira por Sarastro. Na narrativa, os conceitos de liberdade, igualdade e fraternidade – motes da Revolução Francesa – transparecem em diversas passagens, se entrelaçando em alegorias baseadas no Iluminismo. A Flauta Mágica foi um grande sucesso, com mais de uma centena de apresentações no ano de estreia.

O libreto valoriza a visão do mundo racional, em que o princípio da sabedoria aparece como a possibilidade maior de justiça e igualdade entre os homens. Por meio de uma jornada de iniciação, A Flauta Mágica é repleta de símbolos fantásticos que representam os desafios pelos quais o homem deve passar para sair do pensamento medieval em direção à luz do conhecimento. Tamino e Pamina enfrentam os obstáculos impostos pelos membros do Templo da Sabedoria para, juntos, encontrarem a realização plena e a união ideal. Com uma mensagem que atinge a complexidade por meio de uma narrativa simples, a ópera constrói um jogo entre o bem e o mal, culminando no encontro com o verdadeiro amor. Em sua montagem inédita, A Flauta Mágica é construída de forma íntima e potente, valorizando o clima mágico, prazeroso e filosófico desse espetáculo secular.

Fluência cinematográfica – Carla Camurati, atriz, cineasta, roteirista e produtora, é a diretora convidada para dar vida à ópera. Essa é a terceira produção operística dirigida por ela para a Fundação Clóvis Salgado – a primeira foi O Barbeiro de Sevilha, de Rossini, em 2003, e em 2012 retornou para dirigir Tosca, de Puccini. Para a nova montagem, dez anos após sua última produção na casa, Camurati reserva o que há de melhor em trabalho de direção cênica.

“Com a Flauta Mágica, quis dar à ópera uma fluência quase cinematográfica. Acredito que Mozart quisesse fazer um filme e aproveitar toda a simbologia que existe por trás da música e do libreto, sublinhando os momentos importantes de cada personagem”, conta a diretora, utilizando de exemplo a trajetória de Tamino em sua iniciação como príncipe e a relação entre Sarastro e a Rainha da Noite.

Camurati pensou a concepção da Flauta Mágica de modo a não infantilizar a narrativa, já que, por vezes, a ópera é apresentada com uma abordagem voltada para as crianças. “Os personagens são lúdicos, mas eu quis, sem perder o sabor, tirar a infantilidade que às vezes permeia algumas montagens”, explica a diretora.

O encanto da apresentação, para Camurati, se dá no poder central da música, que alterna entre partes cómicas e momentos dramáticos. “Mozart, nesta ópera, coloca a música como o grande poder de transformar as pessoas. Por isso o som da flauta alegrando e encantando os bichos, ajudando Tamino em seu caminho, assim como o som dos sinos de Papageno, que amolece o coração dos inimigos”, conta a diretora, ressaltando a excelência do elenco que dá voz à produção. “Este é um elenco maravilhoso, são vozes lindas e com grande potencial de teatralidade. Fizemos um trabalho intenso e muito feliz. Nossos ensaios foram divertidos e muito criativos”, comemora Camurati.

Sonoridade mágica e desafiadora – Dentro de uma grande variedade de estilos, A Flauta Mágica apresenta árias tecnicamente complexas. Dois personagens têm vozes que estão nos pontos extremos da extensão vocal, a Rainha da Noite (soprano) e Sarastro (baixo), e também apresenta canções populares, como de Papageno e Papagena, com escrita vocal mais simples.

Segundo o maestro titular da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, Silvio Viegas, a música de A Flauta Mágica consegue traduzir de forma única e sensível toda fantasia que essa fábula possui. “Mozart extrai da orquestra e do coro sonoridades raras, criando um ambiente musical perfeito para ópera. Os maravilhosos temas apresentados na abertura, nas árias de Tamino, Pamina e Sarastro, a impressionante escrita vocal da Rainha da Noite, com seus superagudos, a caracterização divertida e ingênua do Papageno e o uso de uma orquestração única, fazem o sucesso dessa ópera”, explica o maestro.

“Fazer Mozart é sempre um grande desafio, pois sua escrita é transparente, delicada e perfeita”, ressalta Viegas. Em um ritmo intenso de ensaios, a OSMG, e o CLMG se dedicam exclusivamente ao estudo da ópera nos últimos dias. “Todos os detalhes precisam ser trabalhados: cuidado com afinação, com cada articulação. Procuramos sempre manter o estilo da obra, e esse é o nosso maior desafio”, conta.

Com solistas renomados, Viegas destaca que essa montagem possui todo o potencial para um enorme sucesso. “Temos o melhor elenco possível para A Flauta Mágica. Todos são profissionais de enorme valor e reconhecimento. O trabalho vem se desenvolvendo de forma natural e prazerosa, e o resultado final, tenho certeza, vai agradar totalmente ao público presente”, celebra.

Brilhos e texturas da Rainha – A Flauta Mágica é a ópera de Mozart com mais êxito, e também uma das mais representadas de toda a literatura operística. A receita de tal sucesso é explicada de diversas formas, mas principalmente por responder à sensibilidade de todas as épocas, idades e estratos sociais. Essa representação se traduz em todas as camadas da apresentação, inclusive no figurino.

A responsável pela criação da indumentária do espetáculo, Sayonara Lopes, destaca que A Flauta Mágica é uma montagem não datada, com toques de contemporaneidade. “Ela é esteticamente limpa, contudo repleta de detalhes e elementos únicos. Trabalhamos com cortes de alfaiataria, enfatizando a elegância, sutilezas e delicadezas”, destaca a figurinista.

A referência para a criação do figurino partiu de pesquisas variadas, e utilizou tanto elementos de design atuais quanto referências ancestrais. “É uma ópera com personagens marcantes, as vezes lúdicos, como Papagena e Papageno, mas também personagens com bastante força dramática, como a Rainha da Noite e suas damas. Trabalhamos a estética dos grupos, em blocos, com paletas de cores e estética bem definidas”, destaca. “É um figurino requintado, brilhante e com muitas texturas”.

Informações

Local

Grande Teatro Cemig Palácio das Artes

Horário

22 e 24 de setembro, às 20h
25 de setembro, às 18h

Ingresso

R$ 60,00 (inteira) e R$ 30,00 (meia-entrada)

Classificação

Livre

Informações para o público

31 3236-7400

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