História do Teatro | O Drama Satírico
Texto: Cristina Tolentino
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Teatro grego, O Drama Satírico
Sátiro
Do primitivo ditirambo derivaram-se o ditirambo não-ritual e literário, a tragédia, e uma segunda espécie de drama, o satírico, na sua forma original ainda mais antigo que a própria tragédia, a tal ponto que Aristóteles viu, nos inícios desta, uma fase satírica.
Das danças mais recuadas em honra a Dioniso este drama reteve a imitação dos sátiros, seguidores mitológicos da divindade, como se apresentavam os celebrantes masculinos.
O ditirambo que foi conduzido aos concursos atenienses já não admitia também as Mênades, mulheres que participavam ativamente das cerimônias do passado.
Quando o drama satírico assumiu as suas feições finais, fato que a tradição atribuiu a Pratinas, já concorrente de Ésquilo nos festivais, não diferia em muito da estrutura da tragédia, sendo como esta, nas suas versões mais arcaicas, um jogo entre o coro e os protagonistas.
O drama satírico era uma peça meio-séria, meio-burlesca, uma espécie de tragicomédia. O coro era composto de Sátiros e aparecia como personagem essencial no desenrolar da ação. Tinha papel ativo ao lado dos outros personagens (como Ulisses e o Ciclope no drama satírico de Eurípedes, o único que nos resta).
Pinturas vasculares mostram-nos personagens barbudos, muitas vezes meio-carecas, com os rins cingidos por estreita faixa, da qual saia uma calda de cavalo. O vaso mais antigo que apresenta tais atores é a taça do pintor de Altamura, do museu de Viena, de 470/460ª. C.
Nas grandes Dionisíacas, era a quarta parte da tetralogia, com que concorriam os poetas complementando a trilogia de tragédias de um mesmo autor.