Grupo de Teatro Maria Cutia faz apresentação gratuita de “MUNDOS”, em quatro espaços de Belo Horizonte
Um passeio sonoro pela infância da Colômbia, Tonga, França, Benin, Indonésia, Japão e Holanda. Em abril e maio, “MUNDOS”, novo espetáculo cênico-musical do Grupo Maria Cutia circula por quatro espaços localizados fora do eixo central de Belo Horizonte. No dia 28 de abril (sexta-feira), a apresentação começa às 14h, no Centro Cultural Vila Santa Rita. No dia 29 de abril (sábado), às 11h, no Centro Cultural Venda Nova, no dia 06 de maio (sábado), às 17h, na ZAP 18, no dia 07 de maio (domingo), às 17h, na Casa de Candongas, e no dia 13 de maio (sábado), às 10h30, no Parque Ecológico Roberto Burle Marx (Parque das Águas). “Mundos” é dirigido por Eugênio Tadeu, que também assina a direção musical com o Grupo Maria Cutia. Mais informações: @grupomariacutiadeteatro. A circulação do espetáculo (projeto CE 0116/2020) conta com patrocínio da MGS e é realizada com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte.
“Apesar de mais intimista e plástico, ‘Mundos’ propicia apresentar na rua. Inicialmente, a peça foi pensada para a rua. Então, o desafio de sair do Grande Teatro, onde estreamos, e ir para espaços fora do eixo central da cidade está mais na relação com o público do que na adaptação cênica, que também acontecerá, óbvio, mas ao apresentar em espaços menores, vamos ganhar na interação com a plateia”, adianta Leonardo Rocha. Segundo o ator, “Mundos é muito musical, leve, delicado e, ao contrário de outros trabalhos nossos, mais contemplativo”, afirma.
Em cena, brinquedos e objetos são ressignificados, assumindo funções diversas. Tangram, tecidos, tracatraca (escadinha de Jacó), pratos, copos e talheres viram brincadeira nas mãos dos atores. ” ‘Mundos’ tem uma linguagem bastante sonora e plástica. Queremos provocar imagens, sensações, estesia. A transformação dos elementos cênicos exige uma execução cênica precisa dos atores. Os movimentos dos corpos, a manipulação de objetos, a plasticidade em conjunto com as canções, trazem elementos que não são ilustrativos, mas contrapontísticos. O resultado é um espetáculo onírico e que pode tocar a imaginação”, explica o diretor Eugênio Tadeu, que está com o Maria Cutia desde “Aquarela” (2022), em que participou como orientador artístico.
Referência na pesquisa de jogos e brincadeiras, o pesquisador e brincante Eugênio Tadeu (‘Duo Rodopião’ e ‘Serelepe’) possui um trabalho de catalogação de canções da infância de diferentes países, sobretudo da América Latina. Em encontros com os atores, a ideia foi expandir o repertório: “Le Berceuse Du Mono” (Benin), “Ana Latu” (Tonga – Oceania), “Berend Botje” (Holanda), “Inelê” (Indonésia), “Hiraita” (Japão), “Le Petit Ver de Terre” (França), “Cocorobé” (Colômbia) e “Canto do Mundo” (Brasil). Com exceção da última música que é uma composição dos atores com o diretor, todas as outras são domínio público e do folclore de cada país.
“É algo novo o Maria Cutia cantando em outras línguas. Por mais que tentemos falar muito bem a pronúncia dos fonemas, acaba sendo incorporado ao nosso timbre e à nossa forma de falar, criando quase uma outra língua”, revela a atriz Mariana Arruda. Para Leonardo Rocha, “Mundos” é um espetáculo universal. “Pode ser apresentado no Brasil ou na China que todos vão entender, porque as cenas não ‘abraçam’ a canção, são independentes, e isso confere à montagem uma característica não linear“. Ao longo da pesquisa, foram encontradas músicas que não possuíam sonoridades parecidas com as canções da infância brasileira. “Ao traduzir as canções, em muitas a gente até imagina pela própria letra o que pode ser o contexto da infância daquele país. Mas optamos, em cena, por dividir com o público a sensação das palavras, mais do que o sentido”, explica.
Acompanhados dos multi-instrumentistas Tinho Menezes e Felipe Fleury, que se revezam ao vivo no violão, escaleta, teclado, kulelê, percussão, flauta, cajón, trompete, os atores Dê Jota, Leonardo Rocha, Mariana Arruda e Hugo da Silva se propõem a um novo desafio. “Pela primeira vez não estamos tocando nenhum instrumento em cena. Por um lado, é uma libertação, por outro, um jogo de escuta com os músicos. As cenas são mais complexas, porque são marcadas em diálogo com as músicas, o que não dá muita margem para improvisos ou desencontros”, afirma Leonardo Rocha.
Além de diversos objetos, os atores também manipulam, em cena, uma grande caixa circular que funciona como cenário. “Foi pensada inicialmente para ser uma espécie de epicentro da cena em que, a partir dela, nasceria toda a movimentação dos atores, dos objetos, como se norteasse o percurso do espetáculo, como uma bússola. Durante o processo, chegamos à representação do mundo, algo como a imagem da Pangeia, os continentes juntos”, diz o ator Leonardo Rocha que assina a concepção do cenário. À medida que os atores a movimentam em cena, são revelados, em sua estrutura de madeira, desenhos e símbolos pintados à mão pelo artista pernambucano Rai Bento. “Um mapa meio místico, onírico, que mistura seres marinhos, caravelas, fases da lua, sol, navios, sereias, um mapa bem brincante”, conta Mariana Arruda.
Em “Mundos”, Rai assina as pinturas e também a direção de arte cenográfica e adereços. O desenho de luz, proposto por Richard Zaira e Pedro Paulino, contribui com a visualidade e a atmosfera onírica do espetáculo. Os figurinos, criados pelo parceiro Luiz Dias, reúnem em si recortes de peças típicas de várias partes do mundo. “As roupas são inspiradas em vestimentas de vários países, então não conseguimos identificar de que parte do mundo elas são. É uma mistura de cortes, texturas. Quase uma ideia de andarilhos que vão construindo suas roupas a partir das viagens que fazem, ou seja, universais. Luiz é muito rápido, escuta literalmente a mesma música que a gente”, conta Leonardo Rocha.
Parceria que vem de 2011 com o espetáculo “Como a gente Gosta” (dirigido por Eduardo Moreira), Babaya assume a direção e preparação vocal de mais um trabalho da trupe. Segundo Mariana Arruda, “Babaya não trabalha só um canto bonito, mas um canto criativo que produz também outras sensações, como estranhamento, e não somente aquilo que a gente julga como sonoramente belo”, afirma.
Outra parceria nesta montagem é com a bailarina Eliatrice Gischewski, que assina o desenho de cena de uma das canções. “Tice é bailarina da companhia de dança, também esteve com a gente nos espetáculos Para Chicos e Engenho de Dentro, e foi minha contemporânea de Cefart. Ela contribui com o movimento dos corpos na coreografia da canção francesa Le Petit Ver Terre”, contextualiza.
FICHA TÉCNICA
MUNDOS
Espetáculo cênico musical do Grupo Maria Cutia
Direção – Eugênio Tadeu
Em cena – Mariana Arruda, Leonardo Rocha, Hugo da Silva, Dê Jota Torres
Músicos Arranjadores – Tinho Menezes e Felipe Fleury
Direção Musical – Grupo Maria Cutia e Eugênio Tadeu
Direção e Preparação vocal – Babaya
Concepção cenográfica – Leonardo Rocha
Cenografia – Leonardo Rocha e Rai Bento
Pinturas, direção de arte cenográfica e adereços – Rai Bento
Figurinos – Luiz Dias
Coreografia (canção Le Petit Ver Terre) – Eliatrice Gischewski
Iluminação – Richard Zaira e Pedro Paulino – Cia Tecno
Coordenação de comunicação, imprensa e redes sociais – Rizoma Comunicação e Arte
Design – Cínthia Marques
Fotografia – Tati Motta
Vídeos – Ronaldo Janotti
Coordenação de Produção – Luisa Monteiro
Assistente de Produção – Lucas Prado
Grupo Maria Cutia faz circulação gratuita de “Mundos”
Direção: Eugênio Tadeu
28 de abril (sexta-feira) – 14h00 – Centro Cultural Vila Santa Rita
(Rua Ana Rafael dos Santos, nº 149, Vila Santa Rita).
29 de abril (sábado) – 11h00 – Centro Cultural Venda Nova
(Rua José Ferreira dos Santos, nº 184, Jardim dos Comerciários)
06 de maio (sábado) – 17h00 – ZAP 18
(Rua João Donada, nº 18 – Santa Terezinha).
07 de maio (domingo) – 17h00 – Casa de Candongas
(Avenida Cachoeirinha, nº 2221 – Santa Cruz)
13 de maio (sábado) – às 10h30 – Parque Ecológico Roberto Burle Marx (Parque das Águas) Av. Ximango, nº 809, Flávio Marques Lisboa – Serra do Curral.
Informações para o público: Instagram @grupomariacutiadeteatro
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