Festival Acessa
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Festival Acessa

Festival promove apresentações de teatro, dança, músicas e cinema com recursos de acessibilidade

Um espaço que promove visibilidade para artistas com deficiência na mesma medida em que oferece acessibilidade para o público. Assim é o Festival Acessa BH, que chega em sua 4ª edição nesta quinta-feira (5), valorizando a produção artística de pessoas com deficiência e promovendo o acesso à cultura para todos.

Ao longo de 25 dias, haverá apresentações das mais diversas, do teatro à dança, passando pela música e pelas artes visuais. A programação conta ainda com performances, residência artística, rodas de conversa, intervenções urbanas e oficinas.

Idealizadora e curadora do festival, Laís Vitral conta que, mais que um festival, o Acessa é um movimento de busca ao “fomento da cultura do acesso”.

“Nós nos engajamos na luta anticapacitista e temos o propósito de fomentar o fazer artístico de pessoas com deficiência e mostrar que a acessibilidade é um direito e uma responsabilidade de todos. Então, além de termos o protagonismo do artista com deficiência na cena, também promovemos recursos de acessibilidade em toda a programação para que pessoas com e sem deficiência possam usufruir do mesmo espetáculo”, pontua. 

Onde o Acessa BH vai acontecer

As apresentações vão ocorrer em seis espaços de Belo Horizonte: Centro Cultural Unimed-BH Minas, Funarte MG, Palácio das Artes, Palácio da Liberdade, Sesc Palladium e Teatro Raul Belém Machado. Neles todos, haverá recursos de acessibilidade, como a permissão para transitar e permanecer nos espaços com cão-guia, a interpretação em Libras/Português, legendas descritivas nos filmes, audiodescrição e disponibilização de abafadores de ruído.

 “No Palácio das Artes, por exemplo, teremos um espaço de respiro, que é um cantinho de acolhimento e repouso preparado para pessoas com deficiência, inclusive as neurodivergentes”, comenta Laís.

A ideia, dessa forma, é ampliar os recursos de acessibilidade das manifestações artísticas, de uma ponta a outra do processo. “Temos uma equipe para receber as pessoas nos espaços, que, por sua vez, têm rampa ou elevador e banheiros para todos. A nossa preocupação é que esses lugares sejam acessíveis também para os artistas com deficiência”, diz a idealizadora, destacando que outro objetivo do festival é inspirar iniciativas semelhantes.

“O Teatro João Ceschiatti, no Palácio das Artes, por exemplo, tinha apenas um espaço para cadeirantes. Com a edição passada, a fileira da plateia frontal foi definitivamente removida e deu espaço para mais seis pessoas que usam cadeiras de rodas”, comemora. 

Em sua 4ª edição, o Acessa traz artistas do Ceará, do Paraná, do Rio de Janeiro, de Santa Catarina, de São Paulo, e, claro, de Minas Gerais. Para Laís Vitral, que viu o festival nascer pequeno virtual no meio da pandemia, apresentar artistas de outros Estados representa um marco importante para o Acessa.

“Tivemos uma primeira edição bem tímida, com cinco espetáculos on-line. No ano seguinte, já houve um salto na programação, com 50 atividades em formato híbrido. Em 2023, o festival passou a ser totalmente presencial e pudemos trazer artistas de fora. E, em 2024, ampliamos ainda mais a programação, com diversas linguagens, como teatro, dança, artes cênicas, performances, oficinas, bate-papo e audiovisual”, celebra.

Destaques da programação 

O Festival Acessa BH tem atração para todos os públicos e gostos. Dentre os destaques, a idealizadora e curadora do festival, Laís Vitral elenca a sessão de curtas feita essencialmente por atores surdos e a realização da residência artística “Melodia do Movimento”, produzida pelos grupos A Corda em Si, de Santa Catarina, em parceria com a Cia Dança sem Fronteiras, de São Paulo. O A Corda em Si vai fazer ainda o show LivreMente, uma apresentação musical feita na total escuridão. “O público é convidado a assistir ao show de olhos vendados”, revela Laís.

“Também destaco o ‘Azul’. É um espetáculo de teatros de bonecos que aborda a questão do autismo”, conta. A montagem ganhou prêmio de Melhor Espetáculo Infantil pelo 18° Prêmio APTR de Teatro de 2024. Outro espetáculo que merece atenção é o “Língua”, do Rio de Janeiro, com direção de Vinicius Arneiro. “Essa é uma montagem bilíngue, em que os atores interpretam em português e em Libras”, pontua a idealizadora. 

Laís Vitral ainda ressalta que o festival contará com 13 espetáculos inéditos em Belo Horizonte, sendo duas estreias, “Traços” e “Eu Vi uma Flor no Deserto”, além da obra “Ilíada de Homero Cantos I e XX”, com Letícia Sabatella e Daniel Dantas. Por fim, Laís evidencia a apresentação da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais com o renomado maestro e pianista João Carlos Martins. “É a primeira vez que o encontro acontecerá”, conta.

Festival Acessa BH
Quando. 5 a 29 de setembro, em diferentes horários.
Onde. Centro Cultural Unimed-BH Minas, Funarte MG, Palácio das Artes, Palácio da Liberdade, Sesc Palladium e Teatro Raul Belém Machado
Quanto. Gratuito e a preços populares. A programação completa está disponível em acessabh.com.br.

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