Exposição Magister Raffaello | Grande Galeria Alberto da Veiga Guignard
A partir de 11 de janeiro até 27 de fevereiro de 2022, a Grande Galeria Alberto da Veiga Guignard, do Palácio das Artes, recebe a exposição Magister Raffaello, promovida pelo Consulado Geral da Itália em Belo Horizonte, pela Fundação Clóvis Salgado e pela Magister Art em celebração ao 500° aniversário de morte de Raffaello Sanzio, considerado um dos maiores artistas do renascimento italiano.
Através de recursos tecnológicos e conteúdo multimídia, a exposição conduz o visitante em uma viagem virtual inédita ao Renascimento Italiano e à vida e obra do pintor. Uma nova experiência de observação e conhecimento sobre as obras do artista, descobrindo detalhes e técnicas.
A curadoria de “Magister Rafaello” é de Claudio Strinati, historiador de arte, especialista em pintura e escultura renascentista, e de Federico Strinati, gestor de promoção e patrimônio cultural.
Segundo o cônsul Dario Savarese, a mostra Magister Raffaello faz parte da vasta programação que o Consulado está promovendo em Minas Gerais nos últimos anos, com o intuito de valorizar a cultura e a arte italianas. “A exposição destaca o conceito de beleza e de elegância atrelados ao percurso do artista renascentista.
Trata-se de uma imersão digital não somente no patrimônio cultural do nosso País, mas também nos territórios italianos: é um convite a pensar novos roteiros turísticos na Itália. Além de juntar tradição e tecnologia, a mostra oferece gratuitamente um percurso didático e acessível a todos”, contou Savarese.
Para Eliane Parreiras, presidente da Fundação Clóvis Salgado, “Magister Rafaello” reafirma o uso da tecnologia pelo Palácio das Artes como instrumento de mediação e difusão cultural e acesso à arte. “Com essa exposição, o Consulado Italiano proporciona ao público mineiro uma imersão no Renascimento, e também um aprofundamento no trabalho de Raffaello, um dos artistas universalmente mais conhecido de todos os tempos. É uma grande oportunidade de vivenciar a obra desse gênio, de maneira inédita”, comemora Eliane Parreiras.
Para retratar a carreira desse mestre renascentista, a exposição é dividida em seis áreas temáticas com grandes telas nas quais conteúdos multimídia narram as obras de Raffaello. O visitante é levado por um percurso a partir de uma cronologia que segue o crescimento humano e profissional do artista para descobrir as cidades por onde ele viveu e as obras que criou.
O que o Renascimento representou na história da arte e da cultura mundial é lembrado por essa exposição através de obras de Raffaello descritas em formato multimídia: uma mostra que visa falar do antigo através do contemporâneo, colocando em diálogo as pinturas do começo do século XVI com o universo multimídia atual. Qual jeito melhor de mostrar a atualidade de uma pintura e de um movimento artístico que viraram imortais?
A exposição oferece ainda um aplicativo especialmente criado, com informações, textos, vídeos e áudios sobre Raffaello, em português, italiano e inglês. O visitante poderá baixar na loja de aplicativos de seu celular ou usar o audioguia que será disponibilizado pelo Palácio das Artes.
A exposição oferece também um Programa Educativo, com agendamento de grupos para visitas mediadas. Para mais informações, contactar: extensao@fcs.mg.gov.br/.
Em parceria com a CASA FIAT DE CULTURA, no dia 26 de janeiro, das 19h às 20h30, acontece a palestra virtual “Raffaello e a idade de ouro do Renascimento”, com Elisa Byington. As inscrições são gratuitas, pelo Sympla.
Por meio da exposição, as instituições italianas confirmam o compromisso na cultura como ferramenta de promoção da Itália no mundo, assim como de diálogo entre países e povos. A exposição, criada por Magister Art, está fazendo a volta ao mundo tendo já passado por 45 países de três continentes diferentes, sendo alguns deles o Brasil, o México, o Vietnam, a Áustria e o Chile.
SOBRE A EXPOSIÇÃO
O passeio pela mostra começa com um autorretrato de Raffaello, atualmente em exposição na Galeria Uffizi em Florença, e a cronologia dos principais momentos de sua vida. A primeira sala temática, Espaços Habitados, traz o quadro A cidade ideal, de autor desconhecido, mas contemporâneo a Raffaello, que convida o visitante a começar a jornada partindo de Urbino, cidade onde o artista nasceu, para chegar à Città di Castello.
A cidade ideal inspirou Raffaello, que a representará em sua primeira obra-prima – O casamento da virgem, exposto na Galeria de Brera em Milão. O artista estava em plena luta pela sobrevivência artística quando chegou a Città di Castello e concebeu a pintura, feita para uma igreja da cidade, inicialmente encomendada à oficina do artista Pietro Perugino.
Na sala seguinte, Encontrando Equilíbrio, o público poderá vivenciar um período altamente produtivo da vida de Raffaello. O artista que já era residente em Florença neste período, recebe a encomenda de uma nobre e rica família de Perugia para a criação de uma obra em homenagem ao herdeiro da família, morto em uma rixa familiar. A obra A Deposição, que poderá ser apreciada, traz a revolução realizada pelo mestre ao relatar a deposição de Cristo: o jovem Grifonetto Baglioni segurando o lençol com o corpo de Cristo.
No terceiro espaço, A Espiritualidade Nobre, o visitante é recebido por uma coleção de madonas e retratos femininos e masculinos, encomendados a Raffaello tanto por clientes religiosos como seculares como a família Doni, a mesma que encomendou a Michelangelo a pintura redonda do chamado Tondo Doni, exposta na Galeria Uffizi.
A sala Os Aposentos Papais retrata as boas relações de Raffaello com Roma, graças ao seu talento e habilidade. A Escola de Atenas, A expulsão de Heliodoro do templo e O fogo no Borgo são obras inéditas na arte ocidental que enriquecem as chamadas Salas de Raffaello, nos Museus Vaticanos.
Por fim, na sala Utopia e Poder, a jornada pela vida e obra de Raffaello termina com a obra A Transfiguração, última pintura que simboliza o fim prematuro de uma vida. O artista fez a pintura para o cardeal Júlio de Médici, nomeado para a Catedral de Narbònne. A obra foi comparada a outra bela pintura, A ressurreição de Lázaro, de Sebastiano del Piombo, o grande rival de Raffaello, aluno de Michaelangelo.
Ao longo deste percurso, o visitante encontrará também as “portas do conhecimento”, que mostram imagens de obras de Raffaello e de outros artistas contemporâneos ou conhecidos por ele. A visita poderá ser acompanhada também por um audioguia.
Um dos maiores artistas do renascimento italiano
Rafael Sanzio nasceu em Urbino, na Itália central, em 1483, e morreu em Roma, em 1520. O artista começou a trabalhar muito jovem e sua grandeza logo foi reconhecida e apreciada em sua época. Ao longo dos séculos, após sua morte, com apenas 37 anos de idade, sua fama foi se consolidando, e Raffaello se tornou um dos artistas mais estudados e admirados do mundo.
O artista viveu e trabalhou nos centros mais importantes do Renascimento italiano: Urbino, Città di Castello, Florença e Roma. Ao longo de sua jornada, assimilou um conceito fundamental: o quanto a arte pode enriquecer a vida de uma pessoa. A arte, com suas formas belas e agradáveis, representa uma condição ideal de bem-estar, felicidade e serenidade a que o ser humano, ao longo dos séculos, sempre aspirou.
Em Urbino, cidade onde nasceu e onde seu pai deixara de herança uma oficina de arte, Rafael não conseguia se lançar como artista e não chegaria a pintar qualquer obra. Ainda adolescente, ele se mudou para centros menores, onde seu trabalho encontrou aceitação e apreciação.
Pintou especialmente em Città di Castello, com os olhos sempre voltados para Perugia, a terra do pintor mais importante da época, Pietro Vannucci, conhecido como Perugino, cujo estilo (e mentalidade) assimilou.
Sob forte recomendação da duquesa Giovanna Feltria della Rovere, Raffaello seguiu para Florença, a Capital das Artes, e lá conseguiu obter encomendas de famílias abastadas. A sua fama de retratista supremo e pintor magistral de imagens sacras, para uso privado, chegou aos ouvidos de Atalanta Baglioni, uma nobre perugina, muito influente na política e na cultura da Itália central da época, que lhe confiou a tarefa de uma obra crucial, destinada à igreja de São Francisco: O transporte de Cristo ao sepulcro, uma obra de notável significado político e estético.
O sucesso triunfante dessa obra levou Bramante, o arquiteto da Basílica de São Pedro, em Roma, curador do Papa Júlio II della Rovere, a chamar Raffaello à Cidade Eterna para confiar-lhe a tarefa exclusiva de pintar os aposentos papais. O surpreendente resultado alcançado no primeiro aposento, a Sala da Assinatura, encorajou eclesiásticos ilustres, empresários leigos e nobres em posição privilegiada a dar-lhe todo tipo de atribuições artísticas, diplomáticas e culturais.
O roteiro que define a produção artística de Raffaello se tornou percurso turístico “alternativo”, que permite ao viajante conhecer de perto as raízes da produção artística italiana que não se resume a visitas a Roma, Florença, Milão e Veneza.
Em apenas seis anos, a partir de 1509, Raffaello se tornou o primeiro consultor supremo de Júlio II e, depois da morte desse pontífice, em 1513, de seu sucessor, Leão X. Foi principalmente por intermédio de Leão X que o mestre se viu na condição ideal de homem da Corte, rodeado de amigos ilustres e influentes, como Baldassar Castiglione. Raffaello também se tornou o fundador de uma Escola, por meio da qual conseguiu receber um número considerável de novos pedidos e comissões.
De 1515 até sua morte, Raffaello trabalhou ainda como arqueólogo, pintor de cenas teatrais e arquiteto, embora, nesse período, Leão X tenha preferido utilizá-lo mais para obras instrumentais, como os desenhos para as tapeçarias da Capela Sistina ou para as homenagens ao Rei da França Francesco I e sua esposa, por ocasião de importantes acordos diplomáticos e familiares.
Informações
Local
Palácio das Artes
Grande Galeria Alberto da Veiga Guignard
Av. Afonso Pena, 1537. Centro. Belo Horizonte/MG
Telefone geral (31) 3236 -7400
Horário
Terça a sábado: 9h30 às 21h
Domingo: 17h às 21h
Data
de 11 de janeiro até 27 de fevereiro de 2022