Exposição acervo Guignard
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Exposição acervo Guignard

“O Retrato de Dorian Gray” (1890), do escritor irlandês, Oscar Wilde, é “um romance sobre a destruição da vida através da perfeição da arte, dos preços que pagamos pelos crimes deixados em segredo. Gray é um homem que faz um pacto para permanecer jovem. Apesar dessa vantagem, uma pintura do protagonista, feita por um de seus amigos, acaba manifestando em sua aparência todas as imperfeições da alma de Dorian Gray”.

Filho de nobres, o pintor francês, Toulouse-Lautrec (1864-1901) sofria de uma doença genética rara, a Pycnodysostosis, caracterizada por ossos frágeis e baixa estatura. Media 1,52m, com corpo de adulto e pernas de menino. Morreu aos 36 anos, de sífilis e alcoolismo. Mesmo assim, sua obra pós-impressionista é cheia de vida, retratando a Paris boêmia de cabarés e bordéis.

Longe do fictício Dorian Gray e muito próximo de Toulouse-Lautrec está o também pintor, Alberto da Veiga Guignard que, no livro do jornalista Marcelo Bortoloti, é “Guignard: anjo mutilado”. Guignard nasceu com uma abertura total entre a boca, o nariz e o palato, causando horror e compaixão em seus pais; compreensível aversão nas mulheres, pelas quais nutria paixões platônicas, logo, não correspondidas. Faleceu relativamente jovem, aos 66, afundado em dívidas e também no alcoolismo.

Enquanto o eternamente jovem e belo Dorian Gray transferia toda sua miséria humana para o retrato, escondido de todos; Toulouse-Lautrec e Guignard, mesmo “mutilados”, esbanjavam alegria e bom humor, transformando suas tragédias pessoais em obras de arte repletas de beleza e realmente eternas. Apesar do sofrimento, o universo conspirou a favor de Guignard. Nascido em um 23 de fevereiro de 1896, ele ganharia o maior presente de sua vida 48 anos e seis dias depois, no dia 29 de fevereiro, do bissexto ano de 1944.

Ao convidar Guignard, no Rio de Janeiro, em 1943, para dirigir o Instituto de Belas Artes e mais, ao criá-lo com um Decreto Municipal, em 29 de fevereiro de 1944, o então prefeito de Belo Horizonte, Juscelino Kubitschek, não poderia imaginar que, oitenta anos depois, o antigo Instituto, hoje Escola Guignard – UEMG, estaria consolidado como uma das mais importantes escolas de belas artes do país. No dia em que completará oito décadas de história, o Palácio das Artes inaugura a exposição “A Paixão Segundo Guignard”, com curadoria de Paulo Schmidt, ex-aluno da Guignard e pesquisador da trajetória do personagem que ficou eternizado com o nome da escola. A curadoria adjunta será de Cláudia Renault. 

A mostra reunirá cerca de 200 obras divididas entre trabalhos do próprio Alberto da Veiga Guignard, de dois professores assistentes do artista nos primeiros anos da escola, Edith Behring, Franz Weissmann, e de alunos que estudaram com Guignard durante o período em que foi professor do curso de desenho e pintura, entre 1944 e 1961. Fazem parte da exposição obras de nomes como Amílcar de Castro, Yara Tupinambá e Augusto Degois, entre outros alunos e mestres. Após a abertura no dia 29 de fevereiro, às 19h, a exposição ficará aberta ao público até 12 de maio, na Grande Galeria Alberto da Veiga Guignard.

Informações

Local

Grande Galeria Alberto da Veiga Guignard, Palácio das Artes

Data

Abertura: dia 29 de fevereiro. A exposição segue até dia 12 de maio

Horário

terça a sábado de 09h30 às 21h e domingo de 17h às 21h

Informações para o público

(31) 3236-7400

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