Novo trabalho do grupo “O Somos” aborda a solidão do mundo virtual, o machismo na construção dos softwares das inteligências artificiais e as identidades de gênero, em espetáculo que reúne dança, tecnologia, artes visuais e cinema.
Reflexões sobre o relacionamento no ciberespaço, a solidão contemporânea e a construção de gênero não só de sujeitos, mas também de inteligências artificiais. Essa é a tônica do espetáculo “Arquivo_O Somos”, novo trabalho do grupo “O Somos”, dirigido, coreografado e concebido pelo Sul Fluminense Túlio Cássio, que faz estreia na Funarte-MG, com temporada nos dias 24, 25 e 26 de junho e 1, 2 e 3 de julho (sextas e sábados, às 20h, domingo, às 18h).
O “O Somos” nasceu há nove anos, a partir da união de artistas-criadores, que têm o intuito de investigar as multiplicidades do corpo e do movimento por meio de trabalhos em dança, artes visuais, teatro, fotografia e audiovisual, com temáticas que discorrem sobre a tecnologia e a contemporaneidade. O diretor Túlio Cássio explica que o ponto de partida para o grupo foi a sua mudança do interior do Rio para BH, em 2013. “Na época, me vi muito sozinho, um artista de outra cidade tentando se recolocar na área profissional e na sociedade. Um amigo havia produzido umas máscaras em uma aula com Júlia Panadés, inspiradas no cartunista Saul Steinberg, que são face solitárias muito expressivas. Foi então que resolvemos montar uma performance e saímos pela cidade com as máscaras, o que chamou muito a atenção das pessoas nas ruas. E eu percebi que a partir do momento em que me escondi por trás das máscaras, passei a ser percebido”, relembra o diretor Túlio Cássio.
Desde então, “O Somos” já montou diversos espetáculos, sempre mesclando a dança urbana à novas expressões de artes e à tecnologia, para abordar temas em torno das formas de relacionar. A estreia de “Arquivo_O Somos” reforça essa característica do grupo, conforme explica Túlio Cássio. “Esse trabalho se desdobra a partir da construção do ser e da sua relação com o espaço e com outro. É um roteiro que vem sendo desenvolvido há mais de cinco anos, a partir das vivências de cada integrante, e das experiências em outros projetos de cenas curtas, que ganharam uma nova roupagem dramatúrgica”, diz.
Em cena, os bailarinos, bailarinas e bailarines do grupo, Elisa Righetto, Deborah Lopes, Luciana Laper, Túlio Cássio e Zadô Luz, o artista visual convidado Sandro Miccolli, ao som da trilha sonora original do carioca Júlio Santa Cecília, retratam a solidão do mundo virtual, o machismo na construção dos softwares das para as inteligências artificiais e as identidades de gênero por meio da representação da dança, tecnologia, das artes visuais e do cinema.
Estreia do espetáculo “Arquivo_O Somos”
Grupo “O Somos”
Dias 24, 25 e 26 de junho e 1, 2 e 3 de julho
sextas e sábados, às 20h, domingo, às 18h
Funarte-MG (Rua Januária, 68, Centro – BH/MG)
Duração: 60 minutos
Classificação: 14 anos
INGRESSOS: R$ 20,00 inteira e R$ 10,00 meia
Vendas pela Sympla: https://www.sympla.com.br/produtor/osomos
Este espetáculo é apresentado pela Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, com apoio da Funarte-MG, HIATO Artemovimenta e Centro de Arte e Cultura Brigitte Bacha.
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