Documentário “Cristina 1300 – Affonso Ávila – Homem ao termo”
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Documentário “Cristina 1300 – Affonso Ávila – Homem ao termo”

Dirigido por Eleonora Santa Rosa, o filme celebra a trajetória literária de um dos poetas mais importantes do Brasil

A jornalista, gestora, produtora e ex-secretária de Cultura de MG, Eleonora Santa Rosa celebra o legado poético de um dos mais brilhantes e fundamentais ensaístas e poetas brasileiros da segunda metade do século XX do Brasil, o mineiro Affonso Ávila, no documentário “Cristina 1300 – Affonso Ávila – Homem ao termo”, seu primeiro trabalho de direção, cuja estreia, nos cinemas, será no dia 22 de agosto (quinta-feira), às 20h, no Centro Cultural Unimed-BH Minas/Minas Tênis Clube (rua da Bahia, 2244, Lourdes). O filme será exibido, simultaneamente, nas Salas 1 e 2 do espaço, com ingressos disponibilizados a preços populares, sujeito à lotação.

Após a sessão, haverá um bate-papo, na Sala Multimeios 1, com a diretora e roteirista do documentário, Eleonora Santa Rosa, a diretora, roteirista e produtora audiovisual, Mônica Cerqueira, o professor de Comunicação da FAFICH-UFMG, Eduardo de Jesus, e o codiretor do documentário, Marcelo Braga.

O documentário faz um mergulho profundo na poesia construtivista, experimental, crítica e singular de Affonso Ávila, com gravações feitas em sua casa, na rua Cristina, 1.300, no bairro Santo Antônio, em Belo Horizonte, entre 2010 e 2012. Eleonora apresenta ainda precioso registro com o poeta, em sua cidade de predileção em Minas, Ouro Preto. A obra traz também leituras do poeta em estúdio, com gravação de poemas inéditos. “Affonso apresenta sua visão poética em suas diversas fases de criação artística, em articulação com animações, recortes fotobiográficos e contrapontos sonoros”, descreve Eleonora Santa Rosa, ressaltando que a ideia principal do documentário é apresentar o poeta por ele mesmo, divulgando seu legado literário, contemporâneo e singular.

Santa Rosa, responsável também pelo argumento, roteiro e produção executiva, que contou com a codireção de Marcelo Braga de Freitas, conviveu com o poeta por mais de três décadas, profissional e familiarmente, e desejava reverberar para o grande público a trajetória poética refinada e crítica de um poeta único,  que tinha um domínio pleno da língua e da linguagem, com jogos, aliterações, torções, apropriações, montagens, subversões de sentidos, novos significados, autor de uma obra referencial.

“Affonso Ávila teve uma carreira reconhecida e muito respeitada como ensaísta e pesquisador do barroco, especialmente o mineiro, e apesar de ser um dos maiores poetas do país, sua produção poética ainda continua restrita ao consumo dos seus pares. Senti-me, sobretudo após seu falecimento, na obrigação de dar tratamento e vazão ao material gravado, inédito, de grande significado para a compreensão de sua trajetória poética”.

Eleonora Santa Rosa define o projeto, que começou a ser concebido em 2010 e passou por um extenso processo de idas e vindas até ser concretizado recentemente, como um exercício de crença absoluta na importância do poeta para a cultura brasileira. “O documentário é uma lição de resistência, resiliência, persistência e insistência, porque foi desafiador em vários sentidos – desde a sua estruturação diferenciada do padrão usual dos filmes nesse campo, passando por questões de patrocínios, do falecimento do poeta, da complexidade técnica em relação à geração do material, a pandemia e até mesmo da escolha de uma equipe que entendesse e abraçasse os desafios que o material impunha”.

A trilha sonora, por exemplo, é um elemento central, estruturador da obra, que dialoga com a potência da poesia de Ávila. Lucas Miranda (oscilloID), jovem compositor de Belo Horizonte, “fez um trabalho extraordinário, muito delicado e artesanal”, nas palavras da diretora. Igualmente crucial, a identidade visual, desenvolvida pela Voltz Design (Alessandra Soares e Cláudio Santos Rodrigues), e a montagem de Breno Fortes, trabalho de parceria estreita e conjunta com a diretora e colaboração da codireção de Marcelo Braga. 

Segundo Eleonora, o aspecto visual sempre foi importante na poesia de Affonso. Nesse sentido, ela conta que transpôs o “&”, ícone desenvolvido pelo também poeta e artista gráfico Sebastião Nunes para o belíssimo livro “Cantaria Barroca”, de AA, elemento-chave da publicação, para o documentário. No filme, esse mesmo ícone, reestilizado, foi utilizado para “unir e ‘atravessar’ todas partes do filme compondo uma partitura  contínua dos poemas em suas diversas épocas de criação, conforme aponta o professor do Departamento de Comunicação Social da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG, Eduardo de Jesus, que assina o texto de apresentação do filme, constante da plaquete editorial especialmente produzida para o lançamento contendo a reprodução tipográfica do poema inédito AFRODÍSIAS, que será presenteada ao público presente.

O resultado, segundo ele, “é uma forma híbrida da palavra-imagem que se estabelece entre a força dos impressos, revelando texturas e volumes típicos do papel, e a imagem em movimento. Figuram no filme – como um deleite visual, intrigante e desafiador – as belas passagens entre a imagem filmada dos livros, as imagens em movimento e as animações que nos endereçam ao inventivo universo gráfico que caracterizou alguns dos livros de Affonso. Um traço de absoluta coerência imagética e conceitual entre as passagens do impresso ao documentário, da palavra impressa à palavra filmada”.

A produção do documentário tem o patrocínio da Cemig (Lei Federal de Incentivo à Cultura e da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais) e da Liasa (Lei Federal de Incentivo à Cultura). A distribuição em cinemas tem apoio financeiro do Governo do Estado de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo, através da Lei Paulo Gustavo direcionada pelo Ministério da Cultura – Governo Federal.

FICHA TÉCNICA “CRISTINA 1300 – AFFONSO ÁVILA – HOMEM AO TERMO”:

Direção, argumento original e roteiro: Eleonora Santa Rosa

Codireção: Marcelo Braga de Freitas

Montagem: Breno Fortes

Produção executiva: Joana Braga e Eleonora Santa Rosa                         

Trilha sonora original: Lucas Miranda (oscilloID)

Tratamento de som, mixagem e masterização: Ronaldo Gino

Identidade visual: Voltz Design (Alessandra Soares e Cláudio Santos Rodrigues)

Direção de animação: Cláudio Santos Rodrigues

Participação especial (leitura de poemas): Vera Holtz

Consultoria de roteiro: Eduardo de Jesus

Distribuição: Cajuína Audiovisual

Serviço: Estreia do documentário “Cristina 1300 – Affonso Ávila – Homem ao termo”

Data: 22/08 (quinta-feira)

Horário: 20h

Local: Cinema do Centro Cultural Unimed-BH Minas (rua da Bahia, 2.244, Lourdes)

Ingressos: serão disponibilizados para venda na capacidade das salas

Informações: (31) 3516-1360

Sobre Eleonora Santa Rosa

Jornalista, articulista, gestora e produtora cultural, desempenhou inúmeras funções públicas ao longo de sua reconhecida trajetória profissional. Foi secretária de Cultura de MG, diretora do Centro de Estudos Históricos e Culturais da Fundação João Pinheiro e diretora executiva do Museu de Arte do Rio – MAR. Na sua gestão na SEC, implementou programas e instrumentos de estímulo à cultura, destacando-se o Fundo Estadual de Cultura. Implantou a primeira fase do Circuito Cultural da Praça da Liberdade, criou a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais e foi responsável pela idealização e proposição do Memorial de Minas Gerais e do Plug Minas, dentre outros. Autora dos livros “Interstício”, “Solilóquio” e “cultura!”, atua como consultora na área cultural e palestrante.

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