Crônica Rollling Stones
Crônicas Musicais

Crônica Rollling Stones

THE ROLLING STONES: Rock and Roll Forever!

Crônica da Era do Rock, por Rodrigo Leste

Hoje estava ouvindo Under My Thumb (que pode ser traduzido por Sob Controle), com os Rolling Stones, e saboreando o frescor dessa música feita há cerca de 60 anos, que ainda hoje é atual, viva e repleta de bela liberdade. A dinâmica da canção, o jeito descomplicado de compor e interpretar, o espírito livre, inquieto e abusado de uma música que traz a essência da alma do rock and roll: música feita por jovens, para jovens. Sim, Yeahhh! Não dá pra imaginar um senhorzinho londrino, bem-comportado, mexendo os quadris e se sacudindo todo ao compasso do ritmo incandescente (e pra muitos, indecente).

E aí pinta a questão: os Stones estão na faixa dos 80 anos. Será que vão continuar insistindo na mesma levada que era inerente e natural a jovens de 18, 19 anos, idade que tinham quando pintaram e estouraram na cena musical? Será que não é ridículo Mr.Mick Jagger, que parece levar muito a sério o seu papel, continuar se remexendo todo, dando pulinhos e fazendo caras e bocas para as câmeras? Ao seu lado, Keith Richards dá uma pinta de que não tá nem aí. Parece rir disso tudo e entender que cada show não passa de uma farsa na qual ele se diverte com indolência, tocando com a competência de sempre, mas sabendo que o lance, no final das contas, vai é agregar alguns dígitos na sua polpuda carteira de investimentos.

Não assisti aos shows de Roger Waters e Paul McCartney realizados em BH, mas muitas pessoas que participaram dos eventos enalteceram o pique e a boa forma dos dois e enfatizaram a disposição do velho Beatle. Esse Paul se esforça muito no seu desempenho, trata tudo com um rigor inglês e profissional. Leva uma vida regrada, cuida da alimentação, deve fazer algum tipo de exercício físico e, talvez até, meditação para deixar o espirito sintonizado com as boas vibes do cosmos. Li que Mick Jagger também é bem disciplinado, se exercita, dança e se cuida, principalmente depois do problema cardíaco que o acometeu. Ele, pessoalmente, cuida dos negócios dos Stones e deve ser um empresário CDF, atento e dedicado.

O rock sempre foi o espaço das ego trips, vaidades exacerbadas, disputas ferrenhas em busca do topo da parada de sucessos. Isso, sem falar nas brigas homéricas nas quais se envolveram os membros de várias bandas. O que levou à dissolução dos Beatles? David Gilmour e Roger Waters do Pink Floyd, são arqui-inimigos? Pete Towshend e Roger Daltrey, os remanescentes do The Who, vivem há anos se digladiando, mas acabam, ainda hoje, realizando shows juntos. E os Rolling Stones? Como sobrevivem enquanto banda? Imagino que exista um puta acordo de paz entre eles, apesar das alfinetadas mútuas entre Jagger e Richards. Depois das mortes de Brian Jones, que nos primórdios era o líder da banda, do falecimento do batera, Charlie Watts e da saída do baixista Bill Wyman, deve ter havido um “cessar fogo” pra banda não acabar. Cada um (Jagger e Richards) gravou seus discos solos, mas sacaram que a verdadeira força está na lenda, no carisma dos R.S. Assim, junto com Ron Wood, que não deve dar muitos palpites, resolveram tocar o projeto e manter ativa a mais longeva banda de rock do mundo.

— Decisão acertada!

Eu afirmo junto a milhões de fãs. Quem produziu álbuns especiais como Banquete dos Mendigos (Beggars Banquet), Let it Bleed e principalmente o duplo, Exile on Main Street (meu favorito), não pode deixar a peteca cair. Que os octogenários tenham forças pra seguir em frente fazendo as pedras rolar. The Rolling Stones: Rock and Roll Forever!

Revisão e pitacos: Hilário Rodrigues

Colaboração midiática: @rodrigo_chaves_de_freitas

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Para ler mais crônicas, acesse: https://www.caleidoscopio.art.br/category/cultural/cultural-musica/cronicas-musicais/

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