Rodrigo Leste – E100
100 EDIÇÕES
E chegamos ao centésimo episódio das Crônicas da Era Rock. Nunca imaginei que ia atingir essa marca. Quando pendurei as chuteiras no meu fazer teatral mergulhei num vácuo que não me apresentava luz no fim do túnel (vivam os clichês!, rs). Durante anos a fio, vivi na mais pura adrenalina. Estradas mil, percorrendo o país em todas as direções, levando meus espetáculos em lugares que me acenavam com a luz verde do acolhimento. E, cá pra nós, o palco tem seu charme. O ator que encena nesse espaço sagrado, se agiganta, recebe o toque dos deuses da Arte e torna-se sacerdote munido de mágicos dotes.
Nunca atuei em cinema ou televisão. Agora, recentemente, meu amigo cineasta, Fábio Carvalho, me pegou de surpresa: filmou um pequeno trecho comigo para o seu Anti-Filme, que está para ser lançado. Mas, fora esta magra experiência, fiz uns filminhos com meu personagem Cowboy que estão no meu canal do Youtube pra quem quiser ver, e só. Além disso, palco e mais palco, minha verdadeira praia.
Quando deixei de conseguir espaço e público para realizar teatro, parti para outras tentativas como a produção de saraus e performances de poesia. Deu um pé relativo e hoje nutro meu apetite de estar em cena, fazendo aparições em eventos que promovo ou sou convidado a participar. A Asa de Papel, em BH, tornou-se o local para a apresentação de performances, geralmente em parceria com o multiartista João Diniz. Além disso, estou participando ativamente do FELIFITÁ (Festival Literário do Fim de Tarde), criado e coordenado pelo escritor Alexandre Brandão. Realizamos recentemente o FELI, com grande sucesso, em Passos-MG, além de bem-sucedida edição em BH. Novas andanças estão sendo programadas.
Escrever sempre foi um bom motivo para me ajudar a viver. Além da prosa, poesia e letras de música, que sempre me dedico a criar, surgiu a ideia das Crônicas da Era do Rock. No início foram poemas em que eu discorria sobre o assunto. Depois, saquei que podia relatar as várias vivências que tive (e tenho) na cena musical. Já estive em muitos lugares, cruzei com gente importante, assim como desimportantes talentos, que deveriam merecer grande atenção.
Já escrevi cem textos, mas garanto que ainda tenho muita lenha pra queimar. Quero escrever sobre o show do Pink Floyd que assisti ao vivo, bem como o do Mountain com o Amboy Dukes em Ann Arbor, Michigan. Quero falar de Nelson do Cavaquinho, de Pixinguinha, de Germano Matias (né, Hilário?) que provou que São Paulo também faz samba. Ainda não escrevi sobre Gilberto Gil, Tom Zé, Cássia Eller. Não fiz o bate papo que está programado com o grande virtuose mineiro, Juarez Moreira. Falta falar de blues com Alexandre Araújo (também está no gatilho). Quem sabe o Bituca topa dar uma palinha. Roberto Carvalho nos falar de Rita Lee. Escrever sobre Jards Macalé, Eduardo Dusek, Marina Lima…
Agradeço a todos e a cada um (meu xará, Rodrigo Chaves, que deu a dica dessa crônica) que colabora, posta comentários, lê e divulga estas CDER. Sem vocês, chegar aos cem de nada valeria. Tamujuntu! Rock and Roll!!!
Revisão: Hilário Rodrigues
Foto: Gui Mazzoni com arte de João Dini
Colaboração midiática: @rodrigo_chaves_de_freitas
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