JIMI HENDRIX – se entendia bem com o fogo
Crônica da Era do Rock, por Rodrigo Leste
(Dedicada ao amigo e parceiro Hilário Rodrigues)
Disseram que foi assassinado.
Talvez (O FBI não confirma).
Aprendeu truques
que os garotos pobres descobrem
nas plantações de algodão do Mississipi
e, podes crer,
se entendia bem com o fogo
(isso não aparece na tela da CNN).
Fazia dançar labaredas
como serpentes encantadas.
Hipnótico faquir do rock and roll.
Psicodélico mentor da visionária sinfonia
de utópicos corações
(a CIA investiga o assunto).
Desconcertos para uma guitarra assombrada,
arrepiando as cruzes e apagando archotes
(a KKK prepara terrível vingança).
Pesadelo pros limitados
ouvidos de Kissinger e Dick Nixon
(faz parte o index criado pela Life Magazine).
Negro, cigano, chicano,
índio, asiático, cucaracha,
hippie, dandy, junkie,
outsider, freak, alien
e o tributo à terceira pedra do Sol.
Uma bandeira azul, vermelha e branca,
cheia de estrelas, esfrangalhada
ao vento em Woodstock
(o Pentágono se preocupa muito).
— Lá vai Jimi
tocando as cordas da guitarra com os dentes,
abusando de microfonias e distorções,
reinventando a música em cada palco.
Vítima da suave fúria
dos que morrem de deliberada inanição
ou bebem estrelas até se engasgarem
no próprio vômito.
Revisão: @HilarioRodrigues
Colaboração midiática: @Rodrigo_Chaves_de_Freitas
Para conhecer mais sobre a história do Rock’Roll, acesse:
https://www.caleidoscopio.art.br/category/cultural/cultural-musica/rock-roll/
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