Crônica Frank Zappa
Crônicas Musicais

Crônica Frank Zappa

FRANK ZAPPA – compositor, instrumentista, vocalista, produtor, cineasta e visionário – texto de Marcos Kacowicz

Crônica da Era do Rock, por Rodrigo Leste

Hoje quem está com a palavra é um amigo de longa data: Marcos Kacowicz, um dos caras que mais e melhor conhece o mundo da música pop. Seu programa radiofônico, KACOPHONIA*, é sensacional.

— Fala, Marquinhos!

Meu primeiro contato com o Mestre Frank Zappa se deu através de uma matéria da primeira geração da Rolling Stone Magazine, edição nacional. Na publicação, vinha encartado o Jornal da Música, que trazia uma matéria sobre o lançamento do filme “200 Motels” e sua trilha sonora, isso, no início dos anos setenta. Lendo a matéria e vendo as fotos, logo fiquei curioso para saber quem era aquele narigudo e bigodudo com cara de louco, cercado de gente mais estranha ainda.

Minha curiosidade foi satisfeita quando meu querido amigo, já falecido, Paulinho Carvalho, o maior baixista que Minas Gerais já produziu, voltou de uma viagem aos States trazendo o LP “Chunga’s Revenge” de 1971, segundo álbum solo de Zappa.

Jamais tinha ouvido algo parecido! Era uma música imponente com uma mistura de ritmos e estilos totalmente diferente do que eu já havia escutado até então. De cara deu pra perceber que era algo personalíssimo, produzido por quem tinha alto conhecimento musical.

Foi aí que descobri que Frank Zappa já tinha formado uma banda, The Mothers Of Invention, em 1966, e lançado vários álbuns.

Naquela época, seus discos não eram lançados no Brasil. Tanto fiz, que acabei descolando uma cópia do álbum de estreia “Freak Out”, que é atual até os dias de hoje. A paixão foi instantânea e passei acompanhar a vida e obra do compositor, instrumentista, vocalista, produtor, cineasta, pensador e… visionário, que produzia incessantemente. Zappa também tinha grande consciência política; sempre falava contra o establishment imperialista norte-americano.

Pouca gente sabe: Frank Zappa foi convidado no início dos anos noventa, pelo então presidente Václav Havel, para ser Ministro da Cultura na República Tcheca. Coerente com sua postura anarquista, não topou.

Perfeccionista, quando terminava um projeto, virava tudo ao avesso e começava de novo. Entre os álbuns de estúdio, ao vivo e compilações chegou a ter 140 trabalhos em catálogo. Se fosse falar aqui dos meus discos preferidos, gastaria uma semana, mas recomendo especialmente os da década de setenta.

Iconoclasta, tinha um humor ferino. Nas entrevistas com jornalistas reconhecidamente “chatos”, gostava de dar uma zoada dizendo que não era músico e sim escultor porque esculpia obras de arte com o ar que saía das caixas de som quando estava se apresentando.

O Mestre nos deixou em 1993 aos 52 anos de idade. Sua obra imortal e inclassificável, permanece!

*KACOPHONIA é um espaço de rock e afins produzido e apresentado por Marcos Kacowicz desde 2006 na Guaraniweb Radio. Vai ao ar às quintas-feiras 22 horas e aos sábados às 6 da tarde. Para ouvir tem que ser assinante; link para assinar e ouvir 1 semana grátis: www.guaraniweb.com.br

Texto: Marcos Kacowicz

Revisão: @HilarioRodrigues

Colaboração midiática: @Rodrigo_Chaves_de_Freitas

Para conhecer mais sobre a história do Rock’Roll, acesse:

https://www.caleidoscopio.art.br/category/cultural/cultural-musica/rock-roll/

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