Concerto Sinfônica e Lírico
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Concerto Sinfônica e Lírico

A Orquestra Sinfônica (OSMG) e o Coral Lírico de Minas Gerais (CLMG), corpos artísticos da Fundação Clóvis Salgado, novamente se unem para realizar um grandioso concerto em homenagem à música brasileira. O Concerto Brasileiro faz parte da série Concertos da Liberdade – Sinfônica e Lírico ao Meio-Dia e Sinfônica e Lírico em Concerto, e traz ao público a célebre obra dos compositores Heitor Villa-Lobos (1887-1959) e Francisco Mignone (1897-1986). As apresentações serão conduzidas pela maestra Ligia Amadio, regente-titular da OSMG, e ocorrem no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes, com classificação indicativa livre. Trechos do repertório, que inclui algumas das obras mais emblemáticas da música nacional, serão interpretados primeiro no dia 21 de março (terça-feira), ao meio-dia, com entrada gratuita. Já no dia seguinte, 22 de março (quarta-feira), acontece a apresentação completa, em um concerto de gala às 20h, com ingressos a preços populares.

O concerto se inicia com a peça Bachianas nº 4, de Heitor Villa-Lobos. As Bachianas são obras escritas em homenagem ao alemão Johann Sebastian Bach (1685-1750), um dos maiores compositores de todos os tempos. A segunda peça é o Maracatu de Chico Rei, criada por Francisco Mignone. A obra é baseada na lenda de Chico Rei, registro oral sobre o período escravista brasileiro. Finalizando o concerto, o repertório de Villa-Lobos volta com uma de suas obras mais conhecidas, Choros nº 10 – Rasga Coração.

Talento absoluto no coração da brasilidade – As nove Bachianas Brasileiras foram escritas entre 1930 e 1945, influenciadas pela música de Bach e mesclando o estilo de composição do autor europeu com material folclórico brasileiro, em especial a música caipira. As obras trazem desde a influência das marcantes fugas de Bach até as melodias que representam a natureza brasileira. A peça Bachianas nº 4, de Heitor Villa-Lobos, será a primeira a ser apresentada no Concerto Brasileiro. Composta primeiro para piano entre 1930 a 1941, e com versão orquestral datada de 1941, a obra contém um total de quatro movimentos. O mais conhecido deles é o primeiro, chamado Prelúdio, no qual tocam apenas as cordas, que executam uma melodia doce e melancólica.

Retornando ao talento do ícone modernista, o programa termina com outra criação memorável do autor, o Choros nº 10 – Rasga Coração. Composta em 1926 como parte de uma série de 14 peças criadas entre 1920 e 1929, a obra traz elementos de percussão brasileiros que conferem à música, essencialmente modernista, cadências semelhantes às do baião e do samba. A peça, que é uma das obras de Villa Lobos mais reconhecidas e aplaudidas no mundo inteiro, é dividida em duas partes: na primeira, a Orquestra Sinfônica executa temas caracteristicamente brasileiros, de caráter bem ritmado. Já em um segundo momento, o Coral Lírico se junta à Orquestra trazendo a melodia de uma canção popular, Yara, do compositor e maestro carioca Anacleto de Medeiros (1866-1907).

Em meio a duas obras de Villa-Lobos, considerado o grande expoente da música erudita brasileira, está outro compositor que, mesmo não sendo tão celebrado, deixou imensas contribuições para o repertório clássico nacional: Francisco Mignone. O Maracatu de Chico Rei é a peça mais importante desse compositor, na qual ele carrega a música com uma essência brasileira muito forte. Ambientada na Minas Gerais do século XVI – mais precisamente no ano de 1740 –, a história contada na obra tem como figura central Chico Rei, um monarca africano nascido no Congo, que foi trazido para a cidade de Ouro Preto como escravo. Ele trabalhou na “Mina da Encardideira” (posteriormente rebatizada como “Mina do Chico Rei”), onde acumulou o ouro que mais tarde foi suficiente para pagar sua alforria e a de seus conterrâneos.

Originalmente criada como um bailado (balé) em 1933é comum que a obra seja interpretada sem o recurso da dança. A história que a peça conta está intensamente ligada à própria trajetória do Brasil enquanto nação, assim como como as outras obras. Tanto o Maracatu quanto o Choros nº 10 são obras extremamente brasileiras, de caráter nacionalista, que falam justamente sobre o país. O público vai perceber esse caráter rítmico, de tradição indígena, pode-se dizer. No caso do Maracatu, mais voltado para as questões afro-brasileiras. Já o Choros nº 10, embora o texto não seja retirado efetivamente de nenhum dialeto indígena, remete muito às línguas desses povos. Nessas duas obras os compositores buscaram trazer elementos estritamente brasileiros, algo bem diferente daquilo que as pessoas estão acostumadas a ouvir em concertos tradicionais com música europeia. O público vai ter a oportunidade de ver um concerto muito especial, cem por cento brasileiro, de compositores que realmente pensaram em trazer para sua obra a brasilidade: a cultura afro-brasileira e a cultura indígena.

Programa:

Bachianas nº 4, de Heitor Villa-Lobos

Prelúdio (Introdução)

Coral (Canto do Sertão)

Ária (Cantiga)

Dança (Miudinho)

Maracatu de Chico Rei, de Francisco Mignone

Bailado

Chegada do Maracatu

Dança das Mucambas

O Príncipe Dança

Dança dos três macotas

Dança de Chico-Rei e da Rainha N’Ginga

Dança do Príncipe Samba

Dança dos seis escravos

Dança dos Príncipes Brancos: Minueto e Gavota

Dança Final: Libertação dos escravos

Choros nº 10 – Rasga Coração, de Heitor Villa-Lobos

Informações

Local

Grande Teatro Cemig Palácio das Artes

Horário

Dia 21/03 ao 12h

Dia 22/03 às 20h

Ingressos

Para o evento Sinfônica e Lírico ao Meio-dia, no dia 21, não é necessário retirar ingresso e a entrada é gratuita.

Sinfônica e Lírico Em Concerto – 22/03
Plateia I: R$20 (inteira) e R$10 (meia-entrada)
Plateia II: R$15 (inteira) e R$7,50 (meia-entrada)
Plateia Superior: R$10 (inteira) e R$5 (meia-entrada)

Classificação

Livre

Informações para o público

3236-7400

Endereço

Av. Afonso Pena, 1537. Centro. Belo Horizonte/MG

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