Uma das mais emblemáticas obras de Ariano Suassuna ganhou, em 2022, as cores da Orquestra Ouro Preto. “Auto da Compadecida, a Ópera” foi um grande sucesso por onde passou e retorna agora ao Grande Teatro Cemig Palácio das Artes, em Belo Horizonte, para duas apresentações, nos dias 13 e 14 de junho, às 20h30. A história de Chicó e João Grilo reúne, na versão da prestigiada orquestra, uma verdadeira constelação para apresentar “uma ópera buffa brasileira em dois atos”. A música é original e traz a assinatura de Tim Rescala. O compositor assina o libreto junto com o maestro Rodrigo Toffolo, regente titular e responsável pela concepção e direção musical do espetáculo. A montagem ainda passará, em 2023, por Manaus, Belém e Rio de Janeiro.
Essa é a terceira incursão da Orquestra no universo operístico e pode ser considerada um marco na maturidade da formação mineira que agora, prestes a completar 23 anos de trajetória, propõe um projeto ainda mais ousado rumo a uma linguagem brasileira e popular. Em 2023 a “Auto da Compadecida, a Ópera”, estreou com 6 récitas e todos os ingressos vendidos por São Paulo, Rio e Belo Horizonte.
“A ópera é uma arte máxima em que música, teatro, figurino, cenário e iluminação se encontram. Era um sonho antigo da orquestra começar a realizar produções de óperas. Já fizemos duas, ambas em português, ‘O Basculho de Chaminé’ e ‘O Grande Governador da Ilha dos Lagartos’, projetos pioneiros que nos deram sustentação para caminhar para um desafio ainda mais inovador, mais audacioso e de grande fôlego”, avalia Toffolo.
“Quando se pensa na ópera brasileira, em libretos, em histórias, ‘O Auto da Compadecida’ tem um gosto todo especial, não só pela escrita de Suassuna, não só pelo sucesso que a peça e o filme fizeram com o público brasileiro, mas pelos ingredientes que essa obra prima da literatura brasileira inspira para uma grande ópera. Estamos felizes por tentar algo novo, com DNA brasileiro. São quase dois anos de pré-projeto para trazer uma proposta para a linguagem da música de concerto”, completa o maestro.
O diálogo direto com o público, um dos pilares da produção da Orquestra, está garantido nessa ópera buffa que traz a comédia como elemento principal de sua linguagem. Para cumprir essa missão, formou-se um grande elenco em cena e nos bastidores da montagem. A direção de cena é assinada por Chico Pelúcio. No palco, grandes nomes do canto lírico brasileiro – Fernando Portari, Marília Vargas, Marcelo Coutinho, Carla Rizzi, Jabez Lima e Rafael Siano, além de um trio de atores escolhidos para dar voz e corpo ao clássico da literatura brasileira – Glicério do Rosário, Claudio Dias e Maurício Tizumba.
Para abrilhantar ainda mais a produção, trazendo para o palco as raízes da obra de Ariano, o espetáculo conta com figurinos desenhados por Manuel Dantas Suassuna, artista plástico de renome e filho do escritor. Essa parceria traz ainda um maior enraizamento à montagem, agregando o olhar e a criação de quem nasceu, viveu, conhece e reconhece este universo como poucos.
Em sua terceira parceria com a Orquestra Ouro Preto, Tim Rescala, que assina a música original, ressalta dois desafios: o primeiro seria se manter fiel ao eixo principal da obra, seu esqueleto, sua estrutura básica, sem corrompê-la. O segundo seria, ao mesmo tempo, gerar algo novo. Para ele “a melhor forma de se reverenciar um clássico não é sendo conservador, mas sim sendo livre, transformando aquilo que foi criado em uma outra coisa. Por isso que a gente chama a montagem de ópera buffa brasileira: ela procura ser popular, ter contato direto com a plateia, mas criando algo diferente. A gente espera ter encontrado esse novo formato”, adianta o compositor.
O Maestro Rodrigo Toffolo ressalta o caráter universal da música composta para a ópera e a maneira singular que Tim tem de agregar sua assinatura a essa parceria. “O Tim tem uma escola, tem uma maneira de compor e de pensar música de cena muito diferenciada no Brasil. Um dos maiores nomes da composição nacional, a experiência teatral e de televisão que ele tem, fazem dele a pessoa ideal não só para compor essa música original, mas para trabalhar com o que a Orquestra anseia em cena. Foi um trabalho incrível do Tim, uma música belíssima. E tenho certeza de que o público vai ficar feliz com o resultado e muitos vão dizer aquela frase que tanto nos traz alegria de ouvir: ‘só a Orquestra Ouro Preto para fazer isso’”.
Informações
Local
Grande Teatro Cemig Palácio das Artes
Dia e Horário
13 e 14 de junho, às 20h30
Ingressos
Plateia I: R$ 80,00 (inteira) e R$ 40,00 (meia entrada)
Plateia II: R$ 60,00 (inteira) e R$ 30,00 (meia entrada)
Plateia Superior: R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia entrada)
Endereço
Av. Afonso Pena, 1537, centro BH
Informações para o público
31 3236-7400