Pequenas Navegações - Cartas de Amor
Caixa, livro e DVD
A partir de argumento de
Paola Rettore sobre
pequenas navegações, movimentos, ou seja, correntes marítimas, rios, lagos internos e externos aos corpos, movimentos errantes, ao azar. Esse projeto iniciou-se a partir de cartas de amor escritas e lançadas dentro de garrafas no Caribe em 2004, pelos poetas
Frank Baez e
Paola Rettore e ganhou corpo livros de colagens de poemas, textos diversos e imagens compostos por Paola Rettore. Desembocou em um livro de poesia visual e um DVD contendo grafonópticos ( composições de textos, desenhos, imagens, sons) da autoria de
Marcelo Kraiser.
A primeira edição deste trabalho,
Pequenas Navegações – Cartas de Amor, consta de uma tiragem de 600 exemplares incluindo uma edição limitada de 100 exemplares assinados de caixa com objetos, livro e DVD, patrocinada pela OI através da Lei de Incentivo Fiscal da Secretaria de Estado da Cultura de Minas Gerais.
Participam como convidados de
Paola Rettore e
Marcelo Kraiser as dançarinas
Dudude Herrmann e
Izabel Stewart (Brasil) e
Josie Cáceres (Equador) e os poetas
Alckmar Santos e
Vera Casa Nova (Brasil),
Fernando Aguiar (Portugal) e
Frank Baez (República Dominicana).
O conjunto caixa, livro e DVD pode ser adquirido diretamente com os autores:
contato@paolarettore.com
Para teus olhos - grafonóptico de Marcelo Kraiser
"Para meus olhos", assim perplexa, páro diante de uma televisão de tela plana, em pé, meu corpo não quer mais sair.
Que mundo cruel, este que me traz através deste pedaço recortado do espaço a conexão que tanto precisava para respirar. Páro em frente e deixo de pensar e quero e tenho vontade de ver, é "para meus olhos". Não é 'divertissiment', é outra coisa que me captura: um inesperado de ações e cores e imagens que me levam daqui para lugares da minha memória ou de futuras memórias, coisa que me aproxima de lugares que não conheço, de coisas que desconheço. É um quadro móvel que me faz momentaneamente alimentada da fome de sentir em todo meu corpo um prazer, de dor e de angústia, de tristeza e nostalgia de alegria.
Segredos que guardamos da humanidade, vergonhas do ser humanao, ao final tudo parece engolir minha placidez e morbidade da minha própria vida aburrida. O que estamos mesmo fazendo aqui?
Em forma de cortes emendados, por que são rapidamente emendados, contos de lugares diferentes, sons não controláveis, é realmente um mergulho no escuro, não se sabe o que acontecerá, é imprevisível, é errante e por sorte vem ocupar um lugar que a arte contemporânea nos deixou ilhados de tanta previsibilidade. É a volta da caixa mágica, ele "para meus olhos", digo, "para teus olhos" propõe coisas e eu em troca fico efervecendo de magma que me cobre todo o corpo, e vai além de mim. Fico arrepiada e me sinto uma pequena, imperceptível levitação, trazendo uma esperança de que ainda somos de feitos de uma matéria viva e que o tempo passa e de repente tudo vale a pena.
Paola Pucci