Cabelos de fogo, olhos de água
"As meninas me abraçavam, mas não tinham coragem de olhar pro meu miquinho agonizante, que dava umas sacudidas e uns guinchos meio roucos, de vez em quando.
- Acho que não tem jeito, Letícia, ele vai morrer... agora era o Marquinho quem falava comigo, segurando minha mão.
Apesar de toda a tristeza, meu coração deu um pulo de felicidade naquele minuto. Depois, fiquei ainda pior.
- Ele não vai morrer, não! Ele NÃO PODE morrer! – eu gritava no maior desespero.
Quando a gente está com a turma, mãe aparecer no pedaço é o pior mico que alguém pode pagar! A não ser quando você está com um mico de verdade no colo, à beira da morte... Por isso, foi o maior alívio quando escutei a voz da minha dizendo:
- Calma, filha, vamos levar o Chiquinho no veterinário, enxuga essas lágrimas.
Como é que ela tinha ido parar ali tão depressa? Acho que toda mãe tem bola de cristal.
- Falou - foi a única coisa que eu consegui responder, antes de desabar no colo dela, chorando mais ainda.
A Sheila e a Pat, que são as valentes da sala, foram junto. Meu mico mais parecia um bicho de pelúcia que perdeu o recheio: estava murcho e mole de dar dó. Quando chegamos à clínica, já era tarde demais, ele não agüentou: soltou seu último ronquinho nos meus braços..."
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