Conhecer Cuba foi, durante as décadas de 1960 e 70, um sonho temerário. Nos vinte anos seguintes, uma aventura possível. E, a partir dos 90, uma viagem cultural quase obrigatória, especialmente para quem vive abaixo da linha do Equador. Nesses quarenta anos, a geografia política do Planeta mudou a ponto de varrer de sua face o regime (mas não as idéias) que respaldava a longa revolução de Fidel. Enquanto isso, na Ilha, não importa a que custo, algumas utopias deixaram de sê-lo: a saúde e a educação, pontos-chave do programa de governo, socializaram-se de fato. E, ao que parece, graças ao êxito desse binômio, a cultura nunca perdeu sua vitalidade.
"Serpentina dourada
pelos últimos raios
o rio, lá embaixo, se despede
do olhar efêmero
dentro do avião..."
Escrever para ser lido por pessoas de carne e osso e, de certo modo, dialogar com elas – assim Lino de Albergaria define seu papel de escritor. Mas a verdade é que esse autor de quase 90 obras, nos mais diversos gêneros, desempenhou também outros papéis ao longo de seus (quase) 61 anos de vida.