EUGÊNIO BARBA E O TEATRO ANTROPOLÓGICO
2. TEATRO E REVOLUÇÃO |
Kaspar (Torgeir Wethal) sobre o trono, como um toten em Kaspariana (1967-1968) |
"O valor do teatro não reside na sua função sociológica, difusa e indefinível" (...) "mas somente mediante uma renovação contínua de nossa atitude pessoal diante da vida se determinará um novo enfoque de nossa arte", diz Barba.
É o processo que transforma o artista, o modo como ele encara cotidianamente o seu trabalho. Para Barba, somente os jovens que não se contentam com soluções superficiais é que conseguem realizar essa experiência de transformação. Ele diz: "o nosso ofício é a possibilidade de mudar a nós mesmos e desse modo mudar a sociedade" (...) "não é preciso perguntar-se: o que significa o teatro para o povo? Esta é uma resposta demagógica e estéril. É preciso perguntar-se: o que significa o teatro para mim? A resposta transformada em ação será a revolução do teatro." Para Barba e muitos outros mestres de teatro, o teatro não é um fim em si mesmo, mas um meio de nos tornarmos seres humanos melhores. Só assim realizaremos revoluções profundas e duradouras. Cristina Tolentino ( cristolenttino@yahoo.com.br ) |