As “dez mortes” de KEITH RICHARDS
Crônica da Era do Rock, por Rodrigo Leste
Hoje descrevo as “dez mortes” que Keith Richards poderia ter tido. Trata-se das mirabolantes (e verdadeiras) passagens da vida deste ícone do rock and roll. Aliás, o rock não seria o mesmo sem KR, seja pelo som, pelas atitudes, posturas e sua inglória vida pregressa. Pra crônica não ficar muito longa, vou apresentar 5 das 10 mortes agora, e o restante em um próximo episódio.
Reza a lenda que depois do apocalipse nuclear,
tudo o que restará serão baratas e… Keith Richards.
Keith Richards sobreviveu às drogas, incêndios, veneno, acidentes de palco, Hells Angels, bibliotecas e palmeiras para chegar aos seus 81 anos. Vamos lá!
1. 1944: Londres é bombardeada
Durante o auge dos bombardeios nazistas sobre Londres, em 1944 (II WW), Richards e sua mãe foram evacuados para uma região fora da linha de fogo. Quando a situação se acalmou, eles retornaram e descobriram que alguns de seus vizinhos haviam sido mortos e que o berço do bebê Keith havia sido explodido por uma bomba V-1. Richards comentou o fato com a ironia de sempre: “Hitler jogou uma de suas bombas V-1 na minha cama! Ele estava atrás de mim, você sabe disso!”
2. 1965: Quase eletrocutado no palco
Rolava um show dos Stones em Sacramento, o grupo começou a tocar “The Last Time”(Que ironia: A Última Vez), e Richards se aproximou do microfone para cantar sua parte. O microfone estava virado para o lado errado, então ele tentou endireitá-lo com o braço da guitarra – o que resultou em um choque quase fatal. Em um flash azul, KR ficou inconsciente, com as cordas da guitarra queimadas pelo acidente. Mais tarde, ele chamou o incidente de seu momento “mais espetacular” e creditou sua salvação a um novo par de botas com sola grossa de borracha.
3. 1969: Violência no Festival de Altamont
Ao chegar ao Festival de Altamont, organizado às pressas (e nas coxas) pelos próprios Stones, Mick Jagger levou um soco na cabeça, porrada mesmo. A violência rolou durante toda a apresentação dos Rolling Stones. Forçou-os a parar e recomeçar várias músicas, dada a turbulência que rolava no local. A loucura foi só aumentando, culminando com a morte de um jovem negro que foi esfaqueado por um membro dos Hells Angels. Mais uma bola fora da produção: a nefasta gang de motoqueiros fazia a “segurança” do evento. Após o show, os Stones se escafederam de helicóptero, imaginando que todos poderiam ter sido mortos em pleno palco durante este fatídico show. O Festival de Altamont (que foi concebido pra ser um contraponto de Woodstock) é considerado o pior momento do R&R.
4. 1971: Incêndio na cama em Nellcote
Richards e sua namorada, Anita Pallenberg, quase encontraram um fim prematuro durante a produção de “Exile on Main St”, em 1972. As gravações do LP duplo foram realizadas em Nellcote, no sul da França. Ali, Richards e Pallenberg estavam completamente entregues à heroína. KR tinha uma tendência a desmaiar, às vezes com a agulha ainda espetada no braço ou com um cigarro aceso entre os dedos e… Bingo! A cama pegou fogo. Keith e Anita acordaram bem a tempo de escapar antes de serem totalmente queimados. Mas, se liga aí: não seria a última vez que Richards brincaria com fogo.
5. Nos anos 70: Estricnina na Suíça
Keith Richards sempre tirou onda. Costumava se vangloriar:
— Apesar da minha reputação, sou um viciado em drogas relativamente responsável.
Garantia que as únicas vezes em que se meteu em encrenca séria foi quando se drogou com pessoas em quem não confiava. Depois, saiu com essa
— Alguém colocou estricnina no meu bagulho, e foi na Suíça.
Prossegue:
— Eu estava em coma, mas totalmente acordado. Conseguia ouvir todo mundo, e eles diziam: ‘Ele está morto, ele está morto!’
— Eles me balançavam e me cutucavam, e eu pensava:
— Não. Eu não estou morto!
*Com a colaboração do UCR – https://ultimateclassicrock.com/times-keith-richards-almost-died/
Imagem KR – Na Sala do Rock (FB)
Pitacos e revisão: Hilário Rodrigues
Colaboração midiática: @rodrigo_chaves_de_freitas
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