Entre os dias 13 e 24 de fevereiro, o CCBB BH recebe a temporada de “Amazônia em Movimento”, do Corpo de Dança do Amazonas, companhia de dança contemporânea, sob direção artística de Mário Nascimento. A programação apresenta cinco espetáculos que celebram os 26 anos de história do CDA, homenageando os povos originários e destacando a força e a energia da região Norte do país.
Dentre eles, está “TA | Sobre ser Grande”, coreografado por Mário Nascimento, premiado como “Melhor Espetáculo de Dança de 2024” pelo Prêmio Arcanjo de Cultura São Paulo. Outro destaque é “Rios Voadores”, da coreógrafa mineira Rosa Antuña, com trilha sonora original assinada pelo músico mineiro Makely Ka, indicada ao prêmio de “Melhor Trilha Sonora para Espetáculos de Dança” pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA).
O projeto ainda conta com os espetáculos “Cabanagem”, de Mário Nascimento; “Urutau”, de Andrezza Miyazato; e “Caput – Art. 5”, de Jorge Garcia. Nos dias 14 e 21/02, também acontece a Oficina de Dança Contemporânea, ministrada por Mário Nascimento.
As apresentações acontecem no Teatro I, de quinta a segunda, e os ingressos são vendidos a R$30 (inteira) e R$15 (meia-entrada), na bilheteria do CCBB BH e aqui. Clientes Banco do Brasil pagam meia-entrada ao efetuarem o pagamento com cartão Ourocard.
Confira a programação completa abaixo:
Programação
14/02 (sexta)
13h | Oficina de Dança Contemporânea, com Mário Nascimento
20h | Cabanagem – Mário Nascimento
15/02 (sábado)
15h e 20h | Rios Voadores – Rosa Antuña
16/02 (domingo)
20h | TA | Sobre ser Grande – Mário Nascimento
17/02 (segunda)
20h | Urutau – Andrezza Miyazato e Caput – Art. 5 – Jorge Garcia
21/02 (sexta)
13h | Oficina de Dança Contemporânea, com Mário Nascimento
20h | Cabanagem – Mário Nascimento
22/02 (sábado)
15h e 20h | Rios Voadores – Rosa Antuña
23/02 (domingo)
20h | TA | Sobre ser Grande – Mário Nascimento
24/02 (segunda)
20h | Urutau – Andrezza Miyazato e Caput – Art. 5 – Jorge Garcia
Oficina de Dança Contemporânea, com Mário Nascimento
Data: 14 e 21/02 (sexta), das 13h às 15h
Público-alvo: Bailarinos profissionais e estudantes de nível intermediário e avançado
Sinopse: Ministrada por Mário Nascimento, renomado diretor artístico e coreógrafo do Corpo de Dança do Amazonas, a oficina busca promover o intercâmbio cultural, estimular reflexões sobre arte, cultura e sociedade, e incentivar a formação de público apreciador da dança contemporânea. O conteúdo programático inclui técnicas de solo, ondulação, lateralidade, deslocamento espacial e a relação entre movimento, espaço e música, culminando na construção e desconstrução de sequências coreográficas.
Com uma abordagem prática e inovadora, Mário Nascimento oferece métodos que ampliam as habilidades técnicas e a expressão criativa dos participantes. A oficina combina exercícios de preparação corporal, aquecimento, condicionamento físico e exploração do movimento por meio de sequências fixas e improvisadas. Atividades como quedas, giros e saltos integram técnica e criatividade, proporcionando uma vivência artística enriquecedora.
Ingressos: Disponíveis para retirada a partir de uma hora antes do início da oficina, exclusivamente na bilheteria do CCBB BH.
Vagas limitadas
Sobre o Corpo de Dança do Amazonas
O Corpo de Dança do Amazonas foi criado em 1998 pelo Governo do Estado do Amazonas, por meio da Secretaria de Cultura, para compor os corpos artísticos do Teatro Amazonas. A Companhia é referência em dança contemporânea no Amazonas e na região Norte do país, e mantém uma programação artística com repertório diverso.
Com mais de 60 obras realizadas com a colaboração de artistas convidados do Brasil e do Exterior, o Corpo de Dança do Amazonas apresenta a diversidade cultural local por meio da pluralidade da dança contemporânea, levando em consideração a singularidade da Amazônia e a diversidade e abrangência da cultura do Norte do País.
Sobre os Espetáculos
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“Cabanagem”, de Mário Nascimento
Cabanagem foi uma revolta popular, na qual negros, povos originários e mestiços insurgiram contra a elite política na região Norte do Brasil, no período regencial. Diversas batalhas fizeram com que o movimento ficasse marcado pela violência.
O coreógrafo, então, iniciou o seu trabalho mergulhado no universo dos cabanos através da literatura de Márcio Souza e Marilene Corrêa. O espetáculo, que não é narrativo, apropria-se da essência da Cabanagem e utiliza a linguagem de Mário Nascimento para traduzir o espírito de resistência, de luta, de revolta e de preservação das culturas de determinado local.
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“Rios Voadores”, de Rosa Antuña
“Rios voadores” é uma expressão usada para designar uma gigantesca massa de vapor de água vinda do oceano e somada à transpiração da floresta. O equilíbrio das chuvas em outras regiões do Brasil depende do equilíbrio da floresta amazônica e da formação dos rios voadores.
Neste espetáculo, a coreógrafa Rosa Antuña busca trazer para a cena a importância da preservação do meio ambiente como ponto crucial para o equilíbrio do planeta. A mitologia amazônica, além de sua fauna e flora, forma inspiração para a construção da movimentação do trabalho.
A trilha sonora original é assinada pelo compositor Makely Ka, que traz para a cena um diálogo com a cultura popular e a música contemporânea.
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“Urutau”, de Andressa Miyazato
Inspirada pelo pássaro urutau, cujo nome tupi significa “ave fantasma”, a coreógrafa explora o conceito de desaceleração, conduzindo os bailarinos a um estado de constante transformação. Essa prática coreográfica, que integra dimensões físicas, emocionais e espirituais, se revela através de uma escuta atenta e profunda, tanto de si mesmo quanto do ambiente ao redor.
A capacidade do urutau de se mimetizar com o ambiente, juntamente com as simbologias associadas ao pássaro, inspirou Miyazato a incorporar a fusão de ancestralidades e a camuflagem como formas de resistência e esperança. A presença do audiovisual torna-se uma extensão dos corpos dos bailarinos, integrando-se de maneira orgânica à narrativa e ampliando a experiência sensorial do público por meio da ênfase em movimentos que iniciam em um corpo e fluem para outro, criando conexões improváveis e não lineares.
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“Caput Art. 5”, de Jorge Garcia
A palavra Caput é originária do latim e significa “cabeça” ou “parte superior”. O Caput se refere ao texto que acompanha o artigo em sua linha principal, logo após a numeração. Por isso, podemos pensar nele realmente como a “cabeça” do artigo, ou seja, como o material-fonte para seus parágrafos, incisos e alíneas.
O Artigo 5º da Constituição Federal determina: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à segurança e à propriedade […]”. Neste trabalho, a Companhia traz luz a este artigo tão importante e tão difícil de ser aplicado na prática, ao dançar ritualizando uma sociedade utópica, que se constrói e reconstrói diariamente a passos lentos. A montagem tem trilha sonora de Marcos Tubarão e figurinos de Ian Queiroz.
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“TA – Sobre ser Grande”, de Mário Nascimento
“TA” significa grande para os Tikunas, povo originário do Amazonas, que ocupa uma vasta área.
Expressão curta carregada de sentidos, a língua para esses povos é parte deles, os sons do ambiente fazem parte do idioma que se fala, sejam pardos, roncos, chiados e tantos quantos conseguem escutar, e definem onde vivem como TA.
Um território que abriga, acolhe, alimenta e precisa também de cuidados, carrega nos corpos e expressa toda força de um povo que vive nessa amplitude – o Amazonas. Assina a trilha sonora o DJ Marcos Tubarão.
INFORMAÇÕES:
Evento: Amazônia em Movimento
Data: 13 a 24 de fevereiro
Ingressos:
- Teatro I
- Quinta a segunda
- R$30,00 (inteira) e R$15,00 (meia)
Horário: confira na programação
Local: CCBB_BH
- Praça da Liberdade, 450 – Funcionários – Belo Horizonte/MG
- (31) 3431-9400 e ccbbbh@bb.com.br
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